O reforço de Corumbá
IV, que poderá fornecer até 1,4 mil litros de água por segundo para a região,
afasta ainda mais as chances de uma crise. Apesar de ter chovido menos em 2022
do que nos últimos três anos, os reservatórios do Descoberto e de Santa Maria
estão com 99% de seus volumes totais.
A estratégia para
proporcionar mais segurança hídrica está em diminuir a pressão em cima dos três
principais reservatórios do DF: Descoberto, Santa Maria e Paranoá. É o que
explica o diretor de Operação e Manutenção da Companhia de Saneamento Ambiental
do Distrito Federal (Caesb), Carlos Eduardo Borges Pereira.
“Temos a ETA
[Estação de Tratamento de Água] Lago Norte, com produção de 700 litros de água
por segundo; o Sistema Bananal, com 500 litros por segundo, e a ETA Gama, com
320 litros por segundo. O manejo dessas três fontes de abastecimento ajuda a
poupar nossos reservatórios mais importantes”, detalha o diretor.
Além da boa gestão
de sistemas e mananciais, a Caesb conta com a água vinda de Corumbá IV para
manter o abastecimento em situação adequada. Carlos Eduardo calcula que, na
atual fase de pré-operação, a estrutura envie cerca de 500 litros por segundo
para o DF. “Vamos usar mais ou menos esse sistema de acordo com a necessidade”,
informa. “O objetivo é administrar o estoque de Santa Maria e do Descoberto”.
Rede integrada: Muita coisa mudou na estrutura de abastecimento do DF. No passado, mais de 60% da água consumida na capital federal vinham do reservatório do Descoberto. Hoje, com a maior parte da rede de fornecimento interligada, fica difícil fazer esse cálculo. Isso porque uma mesma região pode ser abastecida por mais de um sistema.
Outra mudança
essencial para garantir a atual segurança hídrica diz respeito à otimização do
uso dos reservatórios. De acordo com o superintendente de Recursos Hídricos da
Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal
(Adasa), Gustavo Carneiro, o consumo de cada um dos sistemas é balizado por um
estudo anual.
“Não se trata mais
de captar e estocar a água da chuva para ser usada ao longo do ano”, aponta
Carneiro. “O DF faz simulações de como será o comportamento dos três principais
reservatórios, com base em previsões de retiradas. Essa resolução, chamada de
Curva de Acompanhamento, é publicada pela Adasa sempre ao final da estação
chuvosa”.