Os brasilienses têm um encontro marcado com o céu
amanhã, quando ocorre um eclipse lunar total conhecido como “lua de sangue”, a
partir das 22h30. O nome se dá pelo fato de o satélite apresentar coloração
avermelhada, devido ao bloqueio da luz solar pela Terra que permitirá apenas a
passagem do feixe vermelho do espectro das cores. O ponto alto do fenômeno,
visível a olho nu, será por volta da 1h.
Depois de a luz chegar ao corpo celeste, ela se
reflete na Lua e pode ser vista da Terra. O astrônomo Adriano Leonês, 35 anos,
explica que, a cada seis meses, em média, ocorrem dois eclipses — um solar e um
lunar —, com intervalo de poucos dias entre eles. “Os próximos lunares serão em
8 de novembro e 5 de maio de 2023. Nenhum deles será visível do Brasil. Já os
solares serão em 20 de abril e 14 de outubro do ano que vem. Esse segundo
poderá ser visto aqui do país”, afirma.
Apaixonado por astronomia desde criança, Leonardo
Pereira, 23, sempre gostou de acompanhar fenômenos como o deste fim de semana.
Ansioso pelo de amanhã, ele torce para conseguir registrar um pouco da beleza
do céu. Apesar do medo de as nuvens cobrirem o satélite natural, o morador de
Santa Maria ressalta que não medirá esforços para apreciar o evento. “A Lua me
lembra que há tantas belezas por aí, nas quais quase nunca reparamos”, diz o
pedagogo.
A história de Mateus Félix, 28, com a astronomia
começou bem cedo, entre os 6 e 8 anos. O interesse surgiu da paixão e da
vontade de compreender o universo de alguma maneira. “Desde pequeno, sempre fui
fascinado por tentar entender nosso papel no mundo. Tive bastante incentivo dos
meus pais para me aprofundar na área, e isso ajudou muito a ampliar meu
conhecimento”, relata o desenvolvedor de software.
Atualmente, Mateus é presidente do Clube de
Astronomia de Brasília (Casb), ao qual se associou quando tinha 12 anos. Grato
por quem o apoiou ao longo do caminho, ele diz não ser fácil acender a paixão
das pessoas pelo céu e pelas estrelas. A última vez em que o programador
assistiu a um eclipse foi em 2015; por isso, está empolgado e ansioso para
amanhã. “Esse é um dos fenômenos astronômicos que chama muita atenção. Melhor
que isso, só os eclipses solares. E a próxima oportunidade de observar um lunar
total do Brasil será só em 2025”, destaca o morador do Sudoeste.
A partir da próxima segunda-feira, porém, a
expectativa é de que o DF entre em um período pluvial mais intenso. A
temperatura média no fim de semana ficará entre 14°C e 30°C. Pela manhã, a
umidade relativa do ar permanecerá em 95%, com possibilidade de chegar a 30% à
tarde.
Tipos: O eclipse se dá quando um objeto
celeste passa pela sombra de outro. Os nomes se baseiam no corpo celeste cuja
visão ficou bloqueada
Eclipse lunar: Ocorre quando a Lua passa pela
sombra da Terra. O fenômeno só ocorre na fase cheia, quando o planeta se
posiciona entre o satélite e o Sol. Um eclipse total — conhecido como lua de
sangue — pode durar até duas horas.
Eclipse solar: Se dá quando a Lua fica entre a
Terra e o Sol, bloqueando parte da luz emitida por ele. Como o satélite precisa
estar entre o planeta e o astro, esse evento só ocorre na fase lunar nova.
Nesse caso, não há alterações consideráveis de luminosidade durante o dia.
Eclipse anular: Quando a Lua se encontra perto
do local mais distante da própria órbita ou nesse ponto, parecendo muito
pequena para cobrir completamente o Sol, há formação de um anel brilhante de
luz solar ao redor do satélite. O fenômeno resulta na cobertura praticamente
total da parte visível do Sol.