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Ruas verdes e coloridas fazem bem à saúde, constata experimento

Ruas verdes e coloridas fazem bem à saúde, constata experimento. Efeito é constatado em experimento de realidade virtual e, segundo pesquisadores franceses, reproduzem os benefícios observados na vida real. Para os autores, o resultado deve ser considerado no trabalho de planejadores urbanos


Ruas lotadas, barulho e prédios cinzentos podem levar ao estresse e à fadiga. Há estudos comprovando que a vida na cidade pode ser ruim para a saúde e o bem-estar emocional. Um experimento conduzido pela Universidade de Lille, na França, mostra que um antídoto para esses problemas pode estar em incorporar mais padrões coloridos e "manchas verdes" às edificações e às ruas.


Esse estudo ilustra o potencial de intervenções simples para melhorar a vida dos moradores urbanos, além do poder da realidade virtual para testar tais intervenções", enfatizam, em comunicado, os autores do estudo, liderado pela pesquisadora Yvonne Delevoye-Turrell e divulgado na edição mais recente da revista Frontiers in Virtual Reality.


No experimento, Delevoye-Turrell e a equipe submeteram 36 voluntários adultos a experiências em ambientes urbanos distintos. Foram criados um ambiente urbano imersivo sem vegetação e outro, com plantas. O grupo também colocou padrões coloridos ao longo dos caminhos a serem percorridos.

Usando óculos e um fone de ouvido de realidade virtual, os participantes passaram um tempo explorando os ambientes criados. Durante o experimento, a equipe avaliou a velocidade espontânea de caminhada, o comportamento do olhar, a percepção de mudanças e medidas fisiológicas de estados afetivos dos voluntários.


Para determinar para onde eles estavam olhando e por quanto tempo, cada fone de ouvido incluiu um rastreador ocular. Dessa forma, a equipe detectou, por exemplo, que os adultos passaram menos tempo olhando para o chão e mais tempo observando seus arredores em ambientes com vegetação. Nessas mesmas configurações, os participantes caminharam mais devagar e tiveram frequências cardíacas maiores, indicando, segundo os autores, que passaram por uma experiência mais prazerosa.

Os padrões de cores, por si só, não tiveram o mesmo efeito restaurador que a vegetação, mas estimularam o interesse e o fascínio dos voluntários e atraíram os olhares ao mesmo tempo em que elevaram os batimentos cardíacos, indicando um aumento da excitação fisiológica. "Os resultados sugerem que aumentar a quantidade de vegetação e os desenhos coloridos em ambientes urbanos pode melhorar o bem-estar dos moradores das cidades, dando uma nova interpretação ao termo selva de concreto", destacam os autores.

Novos estudos: Delevoye-Turrell chama a atenção para o fato de a realidade virtual ter ajudado a constatar experiências que acontecem na vida real. "As reações humanas são sensíveis a mudanças ambientais, como clima ou tráfego, e vieses de medição. Consequentemente, usamos a realidade virtual como prova de conceito para medir as reações a essas intervenções em um espaço urbano simulado."


Os efeitos constatados também abrem a possibilidade do uso da ferramenta tecnológica por planejadores urbanos, permitindo que eles testem virtualmente o impacto de possíveis modificações em áreas coletivas e de grande movimento. No futuro, a equipe espera tornar a experiência virtual ainda mais imersiva, o que ajudaria na obtenção de resultados mais precisos. "Odores e sons podem ser o próximo passo para a realidade virtual testar verdadeiramente o impacto das cores no prazer de caminhar", indica Delevoye-Turrell.

ONU pede ação contra a seca: No momento em que cidades de vários países enfrentam ondas de calor incomuns, a Organização das Nações Unidas (ONU) pediu uma "ação imediata" contra a seca e a desertificação para evitar "desastres humanos". "A hora de agir é agora: cada ação conta", disse o secretário executivo da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD, na sigla em inglês), Ibrahim Thiaw, em uma conferência mundial em Madri, na Espanha, por ocasião do Dia Mundial da Luta contra a Seca.


Thiaw lembrou que o número crescente de pessoas que têm sido afetadas pela seca não é mais novidade e alertou que as estimativas indicam que "metade da população mundial enfrentará uma grave escassez de água nos próximos oito anos". Por isso, seguiu, "é indispensável implementar sistemas eficazes de alerta precoce e mobilizar fundos duradouros para melhorar a resistência das populações à desertificação".

Países como Estados Unidos, Espanha, Itália e França estão sofrendo ondas de calor extremo fora do verão, com temperaturas acima de 40ºC. "Não há lugar na Terra para se esconder (...) Nenhum país, rico ou pobre, está a salvo", insistiu o representante da UNCCD. Organizada na Espanha, a conferência acontece quase um mês depois da COP15 contra a desertificação, que reuniu 7 mil pessoas em Abidjan, na Costa do Marfim, e teve como resultado o compromisso de recuperar 1 bilhão de hectares de terras degradadas até 2030 para responder à "emergência climática".


Correio Braziliense – Foto  Marcelo Ferreira/CB – Blog-Google


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