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Eleições: Ministro da Defesa propõe votação alternativa no dia do pleito

Ministro da Defesa propõe votação alternativa no dia do pleito. Em audiência no Senado, Paulo Sérgio Nogueira negou viés político da proposta e recomendou "auditoria independente"


O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, sugeriu, nesta quinta-feira (14/7), a ampliação do teste de integridade no dia da eleição. A declaração ocorreu durante audiência pública na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado Federal.


Nogueira defendeu a implementação de um teste de integridade das urnas eletrônicas nas mesmas condições do momento da votação, incluindo o uso de biometria. O procedimento já costuma ser realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), desde 2002, mas em outros moldes.


Em dias de votação, é realizado o teste em que algumas urnas são sorteadas, levadas para o TSE, e os servidores votam tanto na urna eletrônica, quanto na de papel. Depois, o resultado é comparado. O que Nogueira propõe, agora, é que isso seja feito em urnas em locais de votação. Vale ressaltar que é apenas um teste e não uma votação válida. Segundo o ministro, essa seria uma forma de garantir a integridade das urnas eletrônicas.


“No teste de integridade, no dia da votação, há o voto na mão. Aquele elemento que faz ali ou se é o servidor do TSE, ou se atenderem a nossa demanda de ser um eleitor, ele faz na mão, ele testa a urna e ele confere se o que ele fez na mão é o que saiu na urna. O TSE já faz esse teste normalmente”, esclareceu Paulo Sérgio Nogueira.


Na mesma reunião, o ministro também recomendou uma “auditoria independente” com testes nas máquinas no momento da votação e teste público de segurança nas urnas do modelo 2020.


Ele afirmou que não existe “viés político” nas sugestões. Segundo o militar, as orientações são baseadas em dados técnicos. “Não tem viés político. Não tem dúvida, não tem que colocar em xeque ou em dúvida. A aceitação não cabe à gente, cabe ao TSE, que tem suas nuances de logísticas, capacidade, recursos”, disse Nogueira.


A audiência foi convocada pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE). O coronel Marcelo Sousa, do Ministério da Defesa, reforçou as recomendações. “A gente propõe uma pequena alteração no que está estabelecido, sendo coerente com a resolução do TSE. Ela prevê o teste das urnas em condições normais de uso. Como seria esse teste? Urnas seriam escolhidas, só que em vez de levar para a sede do Tribunal Regional Eleitoral, essa urna seria colocada em paralelo na seção eleitoral”, disse.


“O eleitor faria sua votação e seria perguntado se ele gostaria de contribuir para testar a urna. Ao fazer isso, ele geraria um fluxo de registro na urna teste, similar à urna original, e, após isso, os servidores fariam votação em cédulas de papel. Depois dessa votação, ela seria conferida com o boletim de urnas”, completou.


Embate entre os Poderes: O Executivo e o Judiciário vivem um debate acalorado a respeito do papel das Forças Armadas nas eleições deste ano. Durante 26 anos, não houve nenhum questionamento dos militares ao sistema eleitoral brasileiro.


Nesta semana, a Forças Armadas enviaram um ofício ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) solicitando dados como boletins de urnas, registro digital do voto e os logs das urnas das eleições de 2014 e 2018. O pedido endossa o comportamento do presidente Jair Bolsonaro (PT) que insiste em atacar o sistema eleitoral brasileiro.


Luana Patriolino – Foto:  Marcos Corrêa/PR – Correio Braziliense


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