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Escola de Música de Brasília acumula histórias de talento e sucesso

Fábrica de talentos. Referência internacional, a Escola de Música de Brasília (EMB) é responsável por formar, há quase 50 anos, grandes nomes da cena artística. Histórias de jovens musicistas se misturam ao legado da instituição


Em funcionamento há quase 50 anos, a Escola de Música de Brasília (EMB) tem sido responsável por tornar Brasília um dos principais pólos artístico do Brasil. A instituição, na 602 Sul, formou incontáveis instrumentistas, cantores e maestros de destaque no cenário local, nacional e internacional. Agora, a EMB prepara uma nova geração para representar a escola mundo afora.

Prestes a se graduar, Talía Vieira começa a dar, dentro da EMB, os primeiros passos rumo à carreira profissional. Aluna do local desde 2015 por meio do projeto social Música e Cidadania e estudante de música na Universidade de Brasília (UnB), a jovem será, no próximo semestre, a nova estagiária de flauta transversal da EMB. “A escola me ajudou muito a ter uma perspectiva de futuro e a decidir realmente em que área eu queria seguir após meu ensino médio”, conta, em entrevista ao Correio.


Dentre os aprendizados vividos por Talía ao longo destes sete anos na EMB, ela destaca as conexões feitas dentro da instituição. “O laço que foi construído com meus professores durante esses anos estudando me motivou e ainda motiva a ser uma pessoa melhor a cada dia e lutar pelos meus sonhos. Eles são os alicerces na minha formação musical, e, além de valores musicais, eu aprendi muito como ser humano”, afirma. “A existência da Escola de Música é muito importante para o Distrito Federal devido ao rompimento de barreiras de classes e de estereótipos que ela propõe, e por dar oportunidade para as pessoas aprenderem um instrumento”, avalia Talía.


Também foi na EMB que Tiago Teixeira, conhecido como Tiago Black, encontrou o caminho para estudar música na UnB. “Lá na Escola de Música, eu tive contato com praticamente toda a teoria musical que me deu base pra entrar na universidade”, relata o artista. Segundo o instrumentista, a instituição foi essencial para a preparação para o mercado. “A EMB tem excelentes profissionais. A importância da escola para o cenário musical é inquestionável, a maioria dos músicos e musicistas que conheço passou por lá, seja fazendo os cursos básicos, os técnicos ou os cursos de verão”, pondera. Formado em 2017, Tiago Black trabalha nos projetos autorais das cantoras Flor Furacão e Anna Moura e se apresentará com ambas artistas no festival CoMA, marcado para agosto.


Para Luís Abrantes, conhecido artisticamente como L.A, a EMB foi essencial para a carreira que traça atualmente, se preparando para a gravação do primeiro disco autoral. “A EMB me ajudou a ser o compositor que sou hoje, por meio de um entendimento maior sobre teoria e prática, além de ampliar muito o meu repertório e as minhas referências musicais”, assegura. “Conversando com músicos de outros estados, percebo que a existência de uma instituição pública não é comum. Talvez, a EMB seja o espaço onde mais se formam bons músicos no DF”, aposta o cantor.

Veteranos: Como parte do corpo docente da EMB, encontram-se diversos ex-alunos. Um dos grandes exemplos é João Ferreira, filho do compositor Clodo Ferreira e atual diretor musical da banda brasiliense Natiruts. O artista entrou na Escola de Música em 1989, com 8 anos de idade, e, em 2008, começou a dar aulas na instituição. “Eu tive professores dentro da EMB que foram fundamentais para minha trajetória na música. Eles realmente me ensinaram a ser um profissional, como atuar, como me comportar, quais são as coisas importantes para eu ter uma boa caminhada na profissão”, relembra João Ferreira. “Eu tive muita orientação na escola, eu devo muito da minha formação à escola de música”, compartilha.

Devido à qualidade da instituição, João Ferreira acredita que a EMB é uma das responsáveis pela importância da capital do país na cena musical nacional. “Brasília é uma cidade conhecida por ter bons músicos, e acho que a escola faz parte disso, a existência dela gera esse tipo de resultado. Aqui é uma cidade que tem muitos bons músicos em muitas áreas e estilos diferentes, em qualquer ritmo, você encontra uma boa referência em Brasília e acho que isso é um fruto da EMB”, defende


A história de Daniel Baker com a EMB iniciou-se na infância. Hoje, ele é vice-presidente da escola. “Comecei estudando violino quando criança e, após um período fora da cidade, voltei para estudar violão erudito e piano popular, tendo me formado no nível técnico de ambos, antes de sair para cursar a licenciatura”, detalha Baker. “Posso afirmar que o nível de conhecimento passado pela EMB equivale ou eventualmente supera até o de instituições de nível superior”, analisa o docente.


Isabela Berrogain – Foto:  Carlos Vieira/CB – Correio Braziliense


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