Morreu nesta terça-feira (12/7), o colunista social, radialista e
apresentador, João Gilberto Amaral Soares. Ele tinha 87 anos e estava internado
na unidade de terapia intensiva (UTI) do hospital DF Star, na Asa Sul, após
sofrer uma queda em casa. Com uma piora do quadro de saúde, o jornalista
não resistiu.
Gilberto Amaral completaria 88 anos no próximo domingo (17/7). Ele
deixa a esposa, Mara Amaral, com quem foi casado por 63 anos, além de três
filhos — Bernadette, Rodrigo e Marcelo —, seis netos e um bisneto. O
velório dele está marcado para esta quarta-feira (13/7), às 13h30, na Capela 10
do cemitério Campo da Esperança. O sepultamento será às 16h.
Mineiro de São Sebastião do Paraíso e amigo pessoal de Juscelino
Kubitschek — o ex-presidente foi padrinho do casamento de Gilberto e Mara —, o
colunista chegou a Brasília antes da inauguração da cidade, convocado
pelo então presidente para integrar o grupo de trabalho que cuidaria da
transferência da sede do governo federal. Nos primeiros anos da atual capital
do país, o jornalista ficou responsável por entregar as chaves
dos apartamentos funcionais para os servidores públicos que se mudaram para o
Planalto Central.
A proeminência de Gilberto nos bastidores de Brasília se
constatava pela proximidade do jornalista com a maioria dos presidentes da
República, desde ditadores militares até civis, além de JK, Fernando Collor de
Mello e José Sarney. "Personalidade singular, inteligência rara e grande
figura humana. Perco um amigo estreito, um companheiro leal, correto e de
virtudes morais e intelectuais invejáveis. Seu desaparecimento é uma grande
perda para a sociedade de Brasília", lamentou Sarney.
Em entrevista ao jornalista Irlam Rocha Lima, publicada em junho de 1990
no Correio, o colunista revelou ser uma das primeiras pessoas a saber que o
ex-presidente Tancredo Neves não tomaria posse. À época, admitiu se arrepender
de não ter dado a notícia em primeira mão pelo jornal.
Os filhos não escondem a emoção ao homenagear o
pai: "Apaixonado por Brasília, pela família, pelos amigos e pelo
Palmeiras. A trajetória no mundo da comunicação sempre foi o orgulho dele. Eu
me sinto honrado por tudo que ele fez", emocionou-se o caçula, Marcelo.
Rodrigo, filho do meio, compartilhou do mesmo sentimento de carinho.
"Excelente pai, marido, avô e bisavô. (Viveu) uma vida focada no amor e na
caridade, ajudou muita gente e foi um dos responsáveis pela mudança da capital
para Brasília. Foi um jornalista exemplar, que só soube falar bem das pessoas.
Quando era para falar mal, preferia não falar", elogiou.
Irmão de Gilberto, Pedro Rogério destacou a caminhada profissional do
jornalista. "Era um homem forjado no trabalho e respirou a poeira do
cerrado quando nascia a nova capital, da qual se tornaria narrador e
personagem. Jamais abandonou a mineiridade, mas, de corpo inteiro, foi um
cidadão do mundo", completou.