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Recomposição salarial: Magistrados e membros do Ministério Público ameaçam fazer protesto e ‘Operação Padrão’

Recomposição salarial: Magistrados e membros do Ministério Público ameaçam fazer protesto e ‘Operação Padrão’ em todo o País

Eles alegam que seus subsídios estão com uma defasagem de 50% em relação à inflação. Contudo, o presidente do STF, Luiz Fux, e o procurador-geral da República, Augusto Aras, teriam oferecido a reposição de apenas 13,5%, dividido em três parcelas de 4,5%, a serem implementadas até 2024. Um grupo do Telegram de Mobilização Nacional, composto por mais de 1.800 magistrados de 1ª e de 2ª Instâncias, promotores e procuradores de Justiça de outros Estados e associações de classe já discutem realizar manifestações.

Magistrados – juízes e desembargadores – e membros do Ministério Público Brasileiro – promotores e procuradores de Justiça, procuradores da República – e servidores do Judiciário Federal estão indignados com a proposta de recomposição salarial oferecida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, e pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. Eles ameaçam fazer protesto em frente ao STF, em Brasília, e ainda realizar uma espécie de ‘Operação Padrão’ às avessas, atuando somente nos processos que demandam mais urgência, como os casos de réus presos e de vítimas da Lei Maria da Penha.

Profissionais do Judiciário e do MP Brasileiro alegam que seus subsídios estão com uma defasagem de 50% em relação à inflação. Contudo, o presidente do STF e PGR teriam oferecido a reposição de apenas 13,5%, dividido em três parcelas de 4,5%, a serem implementadas até 2024.

Ouvidos pelo Blog do Elimar Côrtes, sob anonimato, magistrados e membros do Ministério Público de outros Estados afirmam que, ao final do parcelamento, o percentual oferecido estaria consumido pela inflação até 2024. O grupo busca a recomposição integral das perdas inflacionárias, que já ultrapassam 50%, nem que seja de forma parcelada.


Um grupo do Telegram de Mobilização Nacional, composto por mais de 1.800 magistrados e membros do Ministério Público de 1ª e de 2ª Instâncias, e algumas associações de classe já discutem a possibilidade de realização de uma mobilização em frente ao STF para pressionar pela recomposição integral da inflação. Discute-se também a realização de “Operação Padrão”, nas quais apenas processos urgentes seriam despachados, como presos provisórios e processos que envolvam violência doméstica e familiar, da Lei Maria da Penha. Pelo menos até a publicação desta reportagem, ressalte-se que não há promotores e nem procuradores de Justiça do Ministério Público do Estado do Espírito Santo no grupo Mobilização Nacional. Há, porém, apenas magistrados capixabas no grupo.

Os magistrados e membros do Ministério Público alegam que não buscam aumento salarial, mas apenas a recomposição da inflação. Afirmam que a última recomposição ocorreu em 2018, mas que, na verdade, tiveram redução do salário líquido, pois deixaram de receber o auxílio-moradia (que era isento de Imposto de Renda).

Além disso, com a Reforma da Previdência houve aumento da alíquota de contribuição previdenciária, o que teria novamente reduzido o salário líquido. Um desembargador, ouvido sobre a condição de anonimato, relatou que a situação está insustentável, pois a corrosão inflacionária atinge toda a Magistratura:

“A imprensa divulga que os magistrados ganham acima de R$ 100 mil por mês. Mas isso não é verdade. Em regra, ganhamos um quarto (1/4) desse valor. O que acontece é que a imprensa divulga apenas o salário bruto, do qual há um desconto de 40% (somando-se a contribuição previdenciária e o Imposto de Renda). Além disso, busca-se um mês específico, em que o magistrado recebeu férias, 13º salário e outros direitos trabalhistas, além do salário. Divulga-se isso como se fosse o salário mensal corriqueiro, o que não corresponde à realidade”, explicou o desembargador.


Magistrados e membros do Ministério Público


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