A 23 dias das eleições, quatro importantes nomes da política do Distrito
Federal aguardam a Justiça Eleitoral confirmar as candidaturas. O Tribunal
Regional Eleitoral do DF (TRE-DF) tem até segunda-feira (12/9) para
analisar as impugnações dos candidatos, entre eles, a dos ex-governadores
do DF Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (PL), do senador Izalci
Lucas (PSDB) e do ex-vice-governador Paulo Octávio (PSD). Os dois últimos estão
na corrida pelo Palácio do Buriti, enquanto Agnelo e Arruda buscam uma vaga na
Câmara dos Deputados. Enquanto os registros de candidatura não são analisados
pelo TRE-DF, os políticos mantêm as agendas e seguem fazendo campanha pelas
ruas do Distrito Federal. Caso os pedidos sejam negados pelo TRE-DF, não é o
fim da linha: eles podem recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na prática, os candidatos "pagam para ver" quando registram a
intenção de concorrer nas eleições, mesmo sob o risco de indeferimento das
candidaturas. Eles passam, então, a depender da interpretação do Judiciário, já
que a jurisprudência da Justiça Eleitoral oscila de acordo com a composição dos
tribunais eleitorais, em constante mudança. Há, portanto, precedentes para
praticamente todos os lados, o que gera insegurança jurídica, tanto para os
candidatos quanto para os eleitores.
A impugnação contra Paulo Octávio foi feita pela coligação do governador
Ibaneis Rocha (MDB) sob a alegação de que PO não deixou, no prazo devido, a
administração das suas empresas que têm contratos com o governo do DF. O empresário
também tem contra si uma notícia de inelegibilidade, por ter sido condenado, em
primeira instância, por improbidade administrativa. Antes de ser julgado em
segunda instância, Paulo Octávio fez um acordo com o Ministério Público do DF e
Territórios (MPDFT) - (Leia Motivos).
O Ministério Público Eleitoral divulgou, no fim da tarde desta quinta-feira (8/9), parecer contrário aos motivos de impugnação apresentados por Ibaneis, mas se manifestou contra a candidatura de Paulo Octávio pela falta de cadastramento de documentos no registro eleitoral. Ao Correio, a defesa do candidato comemorou a negação das justificativas expressas por Ibaneis, a qual chamou de "descabidas e inoportunas alegações", e afirmou que vai apresentar os itens em aberto, "sendo cabível a juntada oportuna dos documentos faltantes, o que será providenciado tempestivamente".
Uma notícia de inelegibilidade foi protocolada após a decisão do STJ.
Francisco Emerenciano, advogado da defesa de Izalci, disse ao Correio que não
há irregularidades na candidatura do tucano, e alegou que o processo contra o
senador na Justiça comum está pendente. "Os embargos infringentes estão
pendentes de julgamento. No nosso entender, o registro deve ser deferido, logo
não existe nada de ilícito na candidatura dele. Acreditamos que o TRE-DF vai
deferir favoravelmente, porque confio que não há irregularidades."
Francisco Emerenciano, que também defende Arruda, se diz
"esperançoso." "O relator (do processo, desembargador Renato
Rodovalho Scussel) votou pelo deferimento da candidatura. O que poderia causar
a inelegibilidade do ex-governador seria as duas condenações por improbidade
administrativa, que foram suspensas pelo ministro Nunes Marques, do STF. Não há
tranquilidade, mas acredito que a candidatura dele será deferida pelos
desembargadores do TRE-DF."