O Distrito Federal se confirmou como reduto
bolsonarista no segundo turno da eleição presidencial. E, nesse resultado, está
refletida também a preferência do empresariado local. A maioria ajudou e muito
nos votos conquistados por Jair Bolsonaro (PL), que alcançou 58,81% dos válidos
na capital federal — bem à frente de Lula (PT), que obteve 41,19%.
O petista não contou com eventos de campanha
promovidos pelo setor produtivo, aqui, mas recebeu apoio de duas importantes
lideranças: do superintendente do Sebrae no DF, Valdir Oliveira, e do
presidente da Federação das Indústrias do DF (Fibra), Jorge Jamal Bittar.
O
presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do DF (Fape), Fernando Cezar
Ribeiro, declarou voto em Bolsonaro. O presidente da Fecomércio do DF, José
Aparecido Freire, não se manifestou oficialmente. Segundo ele, em respeito à
grande e diversa base que representa. A entidade corresponde a 50% do PIB do
DF. Mas ele participou ativamente de evento organizado em prol da campanha de Bolsonaro
há duas semanas, que reuniu mil empreendedores.
O encontro foi liderado pelo presidente do Sindivarejista, Sebastião Abritta, e pela deputada federal Bia Kicis (PL), com a presença de Ibaneis.
“Sabíamos que a eleição seria apertada. E o resultado mostra que o país
está dividido. No entanto, o mais importante, no momento, é respeitar o
resultado das urnas. Vamos torcer para que o próximo governo seja bom, que a
economia fique estabilizada e que os empresários sejam respeitados.
Continuaremos trabalhando pela geração de empregos e renda”, comentou Freire
após a confirmação da vitória de Lula pelo TSE.
Jamal Bittar, da Fibra, foi uma voz destoante do segmento industrial, já
que a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) teve a maioria dos seus integrantes
inclinados a Bolsonaro.
“Tivemos uma demonstração da democracia com eleições tranquilas.
Infelizmente, os extremos não são bons. A decisão do povo deve ser soberana. E
contestar resultado depois de eleição é algo inócuo. Para nós, empresários, o
desafio continua. Precisamos que a economia se estabilize”, avaliou.
Na semana passada, ele foi reeleito para mais dois anos
de mandato à frente da CDL.
Silveira não declarou voto para não provocar
divergências internas na entidade. “Tinha de respeitar a diversidade da minha
base”, explicou.
O presidente do Sindiatacadista, Álvaro Silveira
Jr., simpatizante de Bolsonaro, também manifestou respeito ao resultado.
“Não ganhamos nada em fomentar uma guerra política
agora. E as urnas foram as mesmas que elegeram o Congresso conservador”,
apontou.
O presidente da Fibra, Jamal Bittar, pregou a pacificação do país. : “Precisamos unir o Brasil, para voltar a crescer de forma robusta. O Lula mostrou nos seus mandatos, entre 2002 e 2010, que tem capacidade para fazer isso. E teremos um vice-presidente, o Alckmin, que também tem competência”, destacou.
O presidente da Fibra foi uma voz destoante do
segmento industrial, já que a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) teve a
maioria dos seus integrantes inclinados a Bolsonaro.
Cotado: Lideranças empresariais que ficaram isoladas no DF por apoiar Lula ganham, agora, protagonismo nacional. O superintendente regional do Sebrae, Valdir Oliveira, participou diretamente da campanha de Lula e Alckmin ajudando a elaborar o programa de governo para as micro e pequenas empresas.
Valdir está cotado para participar do governo do
presidente eleito na esfera federal, já que há a previsão de se criar o
Ministério da Micro e Pequena Empresa.
“Abraçamos na campanha o micro e pequeno empresário. Sabemos bem quais
são as dores que esse segmento sente na pele. E a sobrevivência dele é vital
para a economia do país, para preservação e geração de empregos. Precisamos
resgatar milhares de empreendedores que estão endividados, necessitando de
ajuda”, disse Valdir.








