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Crônica: Objetos voadores e fenômenos luminosos

Objetos voadores e fenômenos luminosos

Nos últimos dias, vários fatos intrigantes têm dominado conversas pelo país. Começou com o eclipse lunar, logo no início da semana passada. A visão da Lua avermelhada, “de sangue”, como é chamada, entreteve muitos brasileiros. No Acre, inclusive, alguns puderam ver o eclipse total. Logo depois, foi a vez de objetos voadores não identificados (OVNIs) serem avistados no outro extremo do país, em Porto Alegre. Mais recentemente, um fenômeno também conhecido, mas pouco esperado, tomou conta do céu de Brasília e viralizou nas redes.


Supersticiosos dirão que são sinais de que alguma coisa relevante está para acontecer. Outros talvez ligarão os infortúnios de dias mais agitados à conjunção astral. Cheguei a ouvir pelos corredores súplicas para que o tal eclipse passasse e uma nova fase lunar trouxesse bons agouros — em tom de brincadeira e ironia, demos gargalhadas, ou talvez uns risos nervosos. Há fases em que realmente acreditar no poder dos astros pode trazer algum alento.


Já comentei por aqui que não sou uma pessoa da astrologia. Logo, não entendo nem acredito no poder dos signos. Mas respeito e nunca ignoro as sugestões que me dão. Também não resisto à tentação de dar aquela olhada no horóscopo do dia quando me deparo com um, e não são raras as vezes em que corroboro tudo o que escreveram ali “sobre mim”.


Todas as vezes que digo que sou de escorpião com ascendente em áries vejo feições de surpresa e até um pouco de espanto no interlocutor. Descobri meu ascendente num desses livros em série para adolescentes. Provavelmente, fiz os cálculos errados. Mais seguro seria procurar um profissional e encomendar um mapa astral. Mas creio que a situação toda me diverte. Melhor não mexer no que está quieto.


Quanto aos OVNIs, outro tema que raramente escapa à curiosidade, especialistas acreditam que a hipótese mais plausível seja a de que satélites se deslocando em órbita baixa pelo espaço estejam emitindo as luzes. Mesmo assim, talvez para não contrariar a expectativa de tantos e ser fiel às hipóteses que a ciência não permite descartar, a possibilidade de serem objetos de natureza não terrestre não está riscada do mapa — com o perdão do trocadilho.


O último, mas não menos curioso evento da semana, dispensa o mistério e a mística dos episódios anteriores, porém, também envolve de fascinação seus espectadores. O círculo multicolorido que emoldurou o Sol no céu do Planalto Central na última sexta-feira ganhou fãs na mesma velocidade em que desapareceu para já deixar saudades. Sorte de quem guardou um minuto e olhou para o alto. O céu, naquele momento, era poesia pronta.


Mariana Niederauer – Foto: Minervino Junior – Correio Braziliense




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