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Ministro da Justiça ameniza atos em QGs do Exército: “Dentro da lei”

Ministro da Justiça ameniza atos em QGs do Exército: “Dentro da lei” Anderson Torres defendeu que a maioria dos bolsonaristas acampados no local há quase dois meses promove uma manifestação pacífica


Depois de o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), usar as redes sociais para criticar os manifestantes acampados em frente aos quartéis do Exército, o atual chefe da pasta, Anderson Torres, rebateu os comentários. Na ocasião, Dino afirmou que os acampamentos de “patriotas” haviam se transformado em incubadoras de terroristas.


Em entrevista exclusiva à coluna Na Mira, Torres amenizou o movimento que se formou em frente a vários QGs do Exército Brasil afora e defendeu que a maioria dos bolsonaristas acampados no local há quase dois meses promove uma “manifestação pacífica”.


O tema ganhou força após a descoberta de uma tentativa de atentado terrorista organizado por um dos integrantes do movimento. George Washington de Oliveira Sousa foi preso depois de assumir que tentou explodir um caminhão nas proximidades do Aeroporto Internacional de Brasília, com um artefato instalado em um caminhão que entraria no local naquele dia.


Torres afirmou que a manifestação dos “patriotas” é legítima. “No nosso país, está garantido o direito de manifestação pacífica. Se o movimento preza pela paz, eles têm direito de ficar o tempo que acharem necessário. Agora, o que não dá para aceitar é a questão de crimes. Usar aquilo ali para o cometimento de crimes, não é o que tenho visto”, analisou.


Berço de criminosos: Rebatendo as críticas de Dino, Torres minimizou o fato de os acampamentos servirem de refúgio para criminosos. “Estão querendo dizer que aquilo ali é um berço para gestação de criminosos. Não é assim que funciona. A grande maioria está ali se manifestando de acordo com o que a Constituição autoriza. Os crimes são inadmissíveis, tudo que aconteceu foi gravíssimo e está sendo apurado. Tenho convicção de que a resposta virá tanto da Polícia Federal quanto da Polícia Civil do DF [PCDF]”, disse.


Dino criticou pessoas que seguem acampadas em protesto à vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições deste ano. “Os graves acontecimentos de ontem em Brasília comprovam que os tais acampamentos patriotas viraram incubadoras de terroristas. Medidas estão sendo tomadas e serão ampliadas, com a velocidade possível”, afirmou o senador eleito.


Na oportunidade, Dino também elogiou o trabalho da PCDF, que, de acordo com o futuro ministro, agiu com eficiência. “Mas, ao mesmo tempo, lembro que há autoridades federais constituídas que também devem agir, à vista de crimes políticos. As investigações sobre o inaceitável terrorismo prosseguem”, continuou.

O próximo titular da Justiça acrescentou que tem mobilizado autoridades de segurança pública para que fiquem atentos ao caso do bolsonarista preso acusado de tentativa de atos terroristas. “O delegado Andrei [Rodrigues], futuro diretor-geral da PF, tem feito o acompanhamento, em nome da equipe de transição. Não há pacto político possível nem haverá anistia para terroristas, seus apoiadores e financiadores.”


Entenda: O caso da tentativa de explosão no Aeroporto Internacional de Brasília ocorreu na manhã de sábado (24/12), véspera de Natal. George Washington acabou detido horas depois por agentes da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul). A ocorrência é investigada pela 1ª DP (Asa Sul). À época, o criminoso confessou que estava planejando um atentado para o dia da posse de Lula. Com ele, foram apreendidos seis explosivos e diversas armas.


O suspeito mora no Pará. Em um endereço no Sudoeste, bairro nobre do DF, outros explosivos foram encontrados.


A bomba no aeroporto: O artefato explosivo estava em um caminhão-tanque e mobilizou equipes da Polícia Militar do DF (PMDF) e do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF), que atuaram com o apoio da Polícia Federal (PF) e da Polícia Civil (PCDF).


Localizado em via pública, perto de uma concessionária de veículos, o objeto foi desativado pelo esquadrão antibombas da PMDF por volta das 13h20. O artefato tinha um acionador envolvido por fios, que, se ligado, poderia ter causado uma explosão de grandes proporções.


A perícia da Polícia Civil identificou que houve tentativa de detonar o artefato, mas sem sucesso. A ideia seria fazer um primeiro atentado antes de um novo ataque, previsto para o dia da posse. De acordo com o delegado-geral da PCDF, Robson Cândido, se ativado, o equipamento teria provocado uma tragédia.


Carlos Carone - Mirelle Pinheiro  - Foto: Isaac Amorim/MJSP - Metrópoles




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