Qual vai
ser o seu foco neste ano? Desde que iniciei na política, venho
fortalecendo minha atuação em três grandes frentes: defesa da criança e do
adolescente e da educação, o combate à corrupção e a defesa da transparência e
eficiência da aplicação do dinheiro do contribuinte, e defesa do
empreendedorismo para a geração de empregos. Pretendo seguir nesse mesmo
caminho, mas, agora, focada mais na questão local, que é o que cabe a um
deputado distrital.
Qual a sua
avaliação sobre a condução da segurança pública que resultou no episódio de
vandalismo na Praça dos Três Poderes? Num primeiro momento, uma enorme
tristeza por ver um patrimônio histórico, da capital do país, sendo destruído.
Sem dúvida, houve falhas de avaliação e de planejamento. O dia 8 de janeiro foi
um dos dias mais tristes da história da democracia brasileira. Depredação do
patrimônio público é inaceitável, e eu, como deputada federal, apresentei
projeto nesse sentido. Agora, pela dimensão do problema, há que se
individualizar as responsabilidades. Não se pode criminalizar todas as pessoas,
pois muitas ali estavam apenas exercendo o sagrado direito de manifestação
pública, independentemente de ideologias. E defender a liberdade é um direito
do qual não abro mão, e que vai refletir na vida dos nossos filhos e netos.
Acha que o
afastamento do governador Ibaneis foi uma medida justa?Primeiro, importante
destacar que reconhecemos a legitimidade do mandato do governador, que,
inclusive, ganhou as eleições no primeiro turno. Difícil dizer sem ter todo
acesso às informações que levaram a essa decisão e à manutenção dela até hoje.
De qualquer forma, entendo que não devemos banalizar decisões judiciais. Mas
todos nós torcemos para que tudo volte à normalidade o quanto antes. Agora, o
que não podemos permitir é que Brasília seja penalizada. É inadmissível falar
em qualquer mudança no Fundo Constitucional e também uma coisa sem noção é a
ideia de criação de uma Guarda Nacional. As Forças de Segurança do DF sempre
exerceram essa função com excelência, inclusive na posse do presidente no dia
1°. O que aconteceu em 8 de janeiro foi um ponto fora da curva, que temos que
investigar, punir os verdadeiros responsáveis, e trabalhar para que nunca mais
se repita.
Acredita
que a CPI dos Atos Antidemocráticos chegará a uma conclusão sobre o que, de
fato, ocasionou a falha na segurança em 8 de janeiro? O propósito da CPI é
aprofundar-se ao máximo no tema. Mas entendo que jamais enveredando para
palanque político. E da forma mais ampla e democrática possível. Sou suplente
na CPI e penso que não podemos iniciar os trabalhos já dizendo quem errou aqui
ou ali. As investigações é que irão dizer. Penso que precisamos buscar
eventuais falhas no âmbito local, mas também federal. E, pelo bom
relacionamento que construí no Congresso, espero que a CPI também seja
instalada em âmbito federal, pois, aí, poderemos trocar muitas informações de
parte a parte.
Depois do
resultado das eleições do ano passado, acha que a federação PSDB-Cidadania
errou ao não permitir a sua candidatura majoritária? Acho que os números falam
por si. Nós tínhamos montado um grupo inicialmente com seis partidos com
candidatos altamente competitivos para as vagas majoritárias e proporcionais.
Eu tinha um documento do meu partido que me garantia a escolha do cargo que
quisesse disputar. Mas, no final, numa forte postura de discriminação de gênero
e violência política, fui preterida em benefício do senador do partido federado
ao meu (Izalci Lucas) e que ficou, acredite, em sexto lugar na disputa pelo
Palácio do Buriti.
Quais são
seus planos para o futuro? O futuro para mim é sempre o hoje. E, hoje,
quero realizar um mandato de deputada distrital que represente o cidadão comum,
que é quem mais precisa da atenção, com foco na transparência e na eficiência
na aplicação do dinheiro do contribuinte. Como presidente da Comissão de
Fiscalização e Transparência, acredito que poderei fortalecer ainda mais essa
posição. Mas é claro que sonho com uma Brasília melhor, mais solidária,
principalmente com o cidadão mais humilde. E vou buscar, ao longo deste período
até as eleições, juntar todos aqueles que, de alguma forma, não concordam com o
perfil do atual governo e que não querem jamais a volta do PT ao comando da
nossa amada cidade. Brasília precisa voltar a ser referência nacional na
qualidade de vida das pessoas e na boa gestão governamental, e é para isso que
vamos trabalhar.