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João Hermeto: CPI não terminará em pizza ~ (Entrevista)

CPI não terminará em pizza. No programa CB.Poder, o deputado distrital do MDB deu detalhes sobre o funcionamento dos trabalhos, que iniciam na próxima quinta-feira, com a fase de oitivas das testemunhas dos ataques de 8 de janeiro às sedes dos Três Poderes

 

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura os atos antidemocráticos de 12 de dezembro de 2022 e de 8 de janeiro 2023 foi tema do CB.Poder de ontem. À jornalista Samanta Sallum, o deputado distrital João Hermeto (MDB), relator das investigações, falou sobre o trabalho, que inicia as oitivas das testemunhas, na quinta-feira. O parlamentar comentou, ainda, sobre a participação dele na Comissão de Assuntos Fundiários (CAF) e a importância da revitalização do Setor Comercial Sul.


A CPI dos atos antidemocráticos vai investigar o que aconteceu em duas datas: 12 de dezembro e o 8 de janeiro. Qual é a expectativa? Temos três momentos distintos: o dia 12 foi a diplomação do presidente Lula e a tentativa de invasão na sede da Polícia Federal. Mas não podemos esquecer do dia 1º de janeiro, que foi a posse do presidente, onde tudo funcionou. Toda a PM, todos os órgãos de segurança, funcionaram impecavelmente. No dia 8 aconteceu aquela tragédia, em que bandidos entraram no Congresso e no Palácio do Planalto. Na minha opinião, houve uma falta de planejamento, houve um erro gravíssimo, que foi o então secretário de segurança pública Fernando (Sousa) ter assumido. Do que me consta, nem Brasília ele conhecia direito.


Então, o senhor está apontando que foi um erro gravíssimo, na verdade, o secretário do Anderson ter saído de férias? Por que a coisa não funcionou, como no dia primeiro? Nós vamos investigar, individualizando as condutas, sem generalizar. A PM, o Exército, todos os que estavam naquele dia tinham a obrigação de proteger o patrimônio público. Essa CPI não vai terminar em pizza, vai trazer um relatório final ouvindo e buscando sempre individualizar condutas.


Quinta-feira há um depoimento marcado para a CPI. De quem será? Nós vamos ouvir o ex-secretário executivo (da SSP-DF) Fernando (Sousa), que mandou o áudio, tranquilizando o governador (Ibaneis Rocha) sobre a situação.

 

O senhor foi líder do governo na CLDF e é oriundo da Polícia Militar. Como o senhor defende sua isenção? Fiquei 30 anos, praticamente, na PM. Participei do impeachment do (ex-presidente) Collor. Conheço o procedimento da corporação. Sei daqueles policiais que honram a farda. Pode ter certeza absoluta de que nós vamos individualizar as condutas de cada um doa a quem doer. Fui membro da Polícia Militar, sou da reserva, mas também tenho um compromisso com as minhas comunidades e com a população que me elegeu. Não foi só a Polícia Militar que me elegeu. Quanto à isenção, tenho tranquilidade para isso, porque, durante a minha vida na corporação, sempre pautei o meu comportamento, na isenção, no profissionalismo. Hoje, como deputado, posso ver e fazer um relatório com todos os membros da CPI.


Quem será ouvido? Os trabalhos sempre serão às quintas-feiras. Vamos ouvir Fernando Sousa e depois vamos ouvir os comandantes coronel Jorge Eduardo Naime e coronel Fábio Augusto Vieira, além de alguns policiais que estavam naquele dia.


O ministro da Justiça Flávio Dino, em entrevista ao Correio, afirmou que, segundo as apurações e depoimentos de policiais do DF e de integrantes da PF, teria havido participação de integrantes do Exército. A CPI vai seguir por essa linha? Se tiver condições jurídicas, nós vamos. O Exército se colocou com tanques na frente, como se fossemos uma ameaça. Quem financiou aquele acampamento, que era regado a música, cerveja e picanha?


Qual é a previsão do depoimento do do ex-secretário Anderson Torres? Está na pauta. Vamos ver o dia certo para que ele possa depor.


O senhor assumiu a presidência da Comissão de Assuntos Fundiários (CAF). Quais são as perspectivas? Os projetos mais importantes de Brasília vão passar pela CAF, como o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB) e a revisão da Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS). Tudo isso será mandado para a Câmara Legislativa. Meu trabalho será acolher as emendas, buscar a solução para a área e fomentar o desenvolvimento do DF. Por exemplo, o Setor Comercial Sul: se não tomarmos uma providência o que que vai acontecer. É o centro de Brasília ser tomado por “craqueiros” e moradores de rua. Se não tomarmos uma atitude e tentar redirecionar o setor comercial funcionalmente, vamos ter um dos grandes centros do Brasil em um abandono total.


Carlos Silva – Fotos: Mariana Lins -  Correio Braziliense




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