Silvia Rita Naves Adriano, chamada carinhosamente
de Silvinha, foi um exemplo de solidariedade, amor e fé para quem a conheceu.
Pioneira e cidadã honorária de Brasília, ela faleceu aos 83 anos, na
última quarta-feira (31/5), deixando a tristeza para os familiares e amigos. A
despedida, na tarde desta quinta-feira (1º/6), foi marcada pelo sentimento de
saudade de alguém que tanto fez por quem a rodeava.
Nascida em
Uberaba, no dia 30 de dezembro de 1939, a mineira chegou a Brasília dois anos
depois da inauguração, quando a cidade ainda estava no início, acompanhada do
marido, o empresário e político Osório Adriano Filho. Na nova capital,
Silvia empreendeu, ajudou muitas pessoas ao longo dos anos e construiu uma
família. O casal teve três filhos, Osório Adriano Neto, Maria Teresa e Fernando
Neto.
Amiga há
mais de 50 anos, Suely Abdulmassih coleciona boas histórias ao lado de
Silvinha. "As lembranças são as melhores possíveis. Ela é um referencial
de coisas boas e atitudes memoráveis", relembra. Suely também veio de
Minas Gerais para Brasília no início da nova capital. Ela conta que Silvinha
sempre a ajudava com os filhos e vice-versa. "Uma relação de muita amizade",
recorda. "Foi uma das pessoas mais disponíveis a ajudar que já conheci.
Tudo que eu possa lembrar de melhor em Brasília tem a Silvinha", conta,
emocionada.
Assim como
Silvia, Marise Sheir também veio para Brasília no início da década de 1960. As
duas se conheciam há mais de 50 anos. "Ela era mais do que uma amiga. Era
uma irmã para mim", diz a mineira de Uberlândia. "Foi presente na
minha vida em todos os momentos", comenta. Marise também ressalta o quão
solidária era Silvinha, além de muito ligada à família e aos amigos.
Conhecidas
desde a adolescência em Uberaba, Elvira Barney e Silvinha foram grandes amigas,
inclusive quando as duas se mudaram para Brasília. "Nossas famílias eram
muito ligadas", revela. A amiga Elvira tem muitas coisas boas na
lembrança. "Uma guerreira, uma pessoa que queria fazer bem aos outros,
lutadora pelo que queria, pelo justo e pelo correto", destaca.
Entre as
boas recordações, Elvira lembra dos carnavais na juventude em Minas. "A
melhor lembrança nossa são os carnavais em que fazíamos corso em Uberaba. Como
não tínhamos idade para frequentar as festas à noite, nós fazíamos isso. Foi um
momento muito bom que vivemos e nos divertimos muito", relembra. O corso é
um desfile carnavalesco em que veículos abertos ornamentados ou não são conduzidos
por grupos de foliões pelas ruas.
Filha de
uma grande amiga de Silvia, Maria da Graça Miziara a chamava de tia. A mãe dela
e Silvinha se conheceram em Uberaba e chegaram a Brasília na mesma época.
"Como mudaram de cidade muito jovens e vieram para a capital, nossa
família eram os amigos. Cresci junto aos filhos de Tia Silvinha e Tio
Osorinho."
Entre as
lembranças marcantes do momentos que passou ao lado de Silvinha, Maria das
Graças ressalta as muitas festas de fim de ano. "Como as nossas famílias
eram amigas, a gente sempre se reunia no Natal e no réveillon. É uma lembrança
boa de infância", recorda. As celebrações se revezavam entre as duas
casas. "Ela nunca negou ajuda a ninguém. Era discreta e sempre muito
ligada à família. Uma super mãe, super esposa e super amiga", define.
O corpo de
Silvia foi velado e sepultado na tarde desta quinta-feira (1º/6), no Campo da
Esperança da Asa Sul. Familiares e amigos se reuniram para prestar homenagem e
dar adeus à mãe, esposa, amiga e cidadã.
Trajetória: Silvia
foi importante em vários cenários no Distrito Federal. Após ter um problema de
saúde e se curar, ela decidiu ajudar o próximo. Empreendendo, pensou na saúde
das mulheres, em especial, nas de baixa renda. A pioneira implementou o
Programa Clube da Mama. Inúmeras vidas foram salvas ao longo dos anos graças ao
projeto social, que levava mamógrafos e médicos para as regiões administrativas
mais carentes. Dessa forma, era possível o diagnóstico precoce e o
encaminhamento a hospitais para tratamento.
A pioneira
também tinha visão política e sempre apoiou e acompanhou o marido durante as
várias campanhas das quais ele participou. Para isso, reunia as incontáveis
amigas em casa e transmitia a cada uma os projetos do marido candidato.
Católica, Silvinha era uma mulher de fé e foi ministra da eucaristia na Igreja
de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Lago Sul. Participou como voluntária
dos projetos da Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças
Portadoras de Câncer e Hemopatias (Abrace). Com uma trajetória impecável,
Silvinha recebeu, em 2002, o título de Cidadã Honorária de Brasília.
Homenagens: Osório Adriano Filho é o fundador das empresas Brasal.
Em homenagem a Silvia, as redes sociais do grupo colocaram o símbolo de luto ao
lado da logo e publicaram uma nota de pesar. "Dona Silvinha, como era
carinhosamente conhecida, deixa como legado o exemplo de companheirismo e
dedicação a todos aqueles que tiveram a oportunidade de seu convívio",
destaca a publicação.
Nos comentários, muitas pessoas desejaram forças para a família Adriano
neste momento difícil. Uma usuária das redes escreveu: "Que Deus conforte
seus corações". Outra pessoa pediu para que Silvinha fosse recebida pelas
graças do Senhor. "Meus sinceros sentimentos de pesar. Que Deus a receba
em Sua infinita bondade", comentou.
Um usuário da rede social que a conhecia lamentou a partida de Silvia.
"Que triste! Tive o prazer de conhecê-la pessoalmente. Que Deus conforte
toda a família neste momento. Meus sentimentos a todos e sintam-se abraçados,
família Osório Adriano", escreveu. Outro internauta publicou: "Que
Deus a receba com grande abraço e amor. Todos os familiares se sintam confortados
neste momento em nome de Jesus".