Sete oficiais da Polícia Militar do DF foram denunciados e presos preventivamente por ajudar a promover a invasão dos prédios públicos na Praça dos Três Poderes. Como esse episódio impacta no trabalho da segurança pública do DF? De todas as forças de segurança, a PM é a mais exposta, é a que mais lida com as demandas da população no dia a dia. Por essa razão, quando sofre um revés com essa gravidade, nos preocupamos em manter a corporação firme, coesa, embora seja inevitável um imenso sentimento de tristeza.
Acredita que a responsabilidade pelos atos golpistas vai recair exclusivamente sobre a PMDF? Não acredito, isso seria até desmerecer a importância das outras instituições que fazem parte do sistema de segurança pública.
Você reuniu os coronéis da PMDF e anunciou o novo comandante-geral e a subcomandante. Como foi o clima nessa reunião? Os oficiais estão abalados? Todos muito tristes, mas conscientes da necessidade de erguer a cabeça e dar continuidade ao bom trabalho que vem sendo feito. Os problemas não param, os crimes não param e o mundo real continua precisando demais da PMDF.
Em meio a essa crise que teve início em 12 de dezembro, quando você nem era secretário de Segurança, há muitos desafios, como casos de feminicídio em crescimento. O ânimo das forças de segurança fica abalado? Eles são obrigados a tirar forças nos momentos mais difíceis para continuar atendendo às expectativas da população. É uma corporação heróica. Está apanhando na mídia e mas continua trabalhando pela segurança de todos.
Acha que alguns oficiais podem estar pagando por erros de outras pessoas? No campo das possibilidades, sim, isso é possível. Espero que o curso das investigações venha, no menor prazo possível, identificar as reais responsabilidades de cada um, provando-se a culpa ou admitindo-se a inocência.
Durante meses, você conviveu com o coronel Klepter e também com o coronel Fábio Augusto, quando foi secretário de Segurança no governo Agnelo. Acredita que tenham conspirado para ajudar a derrubar o governo? Não posso me manifestar sobre isso, seria invadir a seara da investigação. Contudo, posso dizer que gosto muito dos dois, pessoal e profissionalmente.