(O Brasil, um país
dicotômico, vive às turras na área de saúde, flutuando entre a situação ideal e
a indesejada, como se pudéssemos tratar a vida dessa forma.)
Hoje (5/8), Dia Nacional da Saúde, é possível comemorar alguns adventos tecnológicos que têm melhorado ou aumentado a sobrevida dos seres humanos. Se, nos anos de 1980 e 1990, a Aids era considerada a doença mais letal da época, antes, claro, do coquetel antiaids, o câncer e seus mais de 100 tipos e subtipos — ao lado das doenças cardiovasculares e do acidente vascular cerebral (AVC) —, tomaram esse lugar faz tempo. E assim a medicina também evoluiu. (Laboratório do grupo de pesquisa VUB-Biologia do Testículo, liderado pela professora Goossens )
Inteligência artificial, robótica, terapias-alvo
(que atacam apenas moléculas específicas do tumor), medicamentos cada vez mais
eficazes e menos danosos ao corpo humano. Estamos assistindo ao lançamento de
novas drogas para doenças antigas, vide o exemplo de medicamentos experimentais
contra o Alzheimer e outras demências, reduzindo, assim, o declínio cognitivo
de pacientes contra a doença em estágio inicial. E também a descoberta de
doenças raras, que até então não eram conhecidas pela maioria dos brasileiros.
Fala-se em mais de um caminho de cura para o câncer retal e padronizou-se
também o tratamento contra o linfoma de Hodgkin, com bons resultados para
pessoas diagnosticadas de todas as idades.
E a covid-19. Sobressaiu positivamente o lado
humano, a corrente dos profissionais da linha de frente que se criou em torno
de tantos mortos e seus familiares, vacinas A,B,C e D, para várias vezes que o
coronavírus mutava. Doações, solidariedade, orações por todo o país, mesmo com
tantas fake news.
Formas diferentes de lidar com a dor, com a
angústia e com a depressão. As terapias alternativas não são mais alternativas.
Elas contagiaram (no sentido mais positivo da palavra) a medicina, e o
casamento tem dado certo. A tríade alimentação, exercícios físicos e saúde
nunca foi tão perseguida como nos últimos anos. O estilo de vida (life style)
tornou-se objetivo para muita gente, que tem buscado a natureza, o campo e o
sossego.
Por outro lado, este nosso
Brasil, um país tão dicotômico, vive às turras na área de saúde, flutuando
entre a situação ideal e a indesejada, como se pudéssemos tratar a vida dessa
forma. Infelizmente, ainda falta tanta coisa por aqui. Sistema Único de Saúde
(SUS) realmente para todos, planos de saúde mais baratos, acesso a medicamentos
básicos, valorização dos profissionais (e não somente dos médicos), menos filas
nas unidades básicas, conscientização da população, campanhas destinadas aos
vários públicos, educação na escola, maior destinação de verbas às pesquisas e
aos pesquisadores. Enfim, a lista é longa, portanto, autoridades, políticos e
quem possa se sentir convidado, cuidem da saúde dos brasileiros. Ainda faltam
cinco meses para o ano acabar.