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Crônica: O que plantamos e o que colhemos

O que plantamos e o que colhemos


À medida que o tempo passa, fica cada vez mais claro quais são as bases da nossa caminhada. Tudo reflete, é claro, aquilo que plantamos ao longo desse caminho. Talvez por isso eu tenha começado a investir mais na criação das plantas lá de casa. Quero colher um pouco de ar puro no futuro.


A propósito, para quem acompanha os textos por aqui, apenas a título de atualização: há muito não morre uma plantinha no meu apartamento. A samambaia, inclusive, que chegou sem uma folha, está quase tomando todo o vaso e começou a ultrapassar o nível da prateleira. A quantidade exata de luz e de água fico tentando dosar entre as frestas da cortina e a textura da terra. Dizem que elas não gostam de muito sol, e que também não precisam ser aguadas com tanta frequência. Logo, o bom senso deve prevalecer na criação dessa espécie, como na maioria delas, inclusive a humana. As suculentas são um capítulo à parte.


Mas nós também plantamos no sentido figurado. Amizades, experiências e tudo o mais. Em troca, ganhamos o carinho mesmo de quem mora longe, companhia para os momentos de alegria e de necessidade, e surpresas que, do contrário, passaríamos uma vida sem experimentar.


Outubro é tempo de muitas festas, aniversários e celebrações de vida. Os filhos do carnaval não são lenda, são realidade neste mês repleto de nascimentos. Está faltando fim de semana para tanta comemoração, e a chegada da chuva, mesmo em boa hora, acaba por tornar incerta a realização de algumas. Seguros como são os escorpianos (eu acho, pois não entendo de signo e falo por observação mesmo), logo tratam de marcar a data e escolher um ambiente aconchegante e fresco, mas não necessariamente ao abrigo da chuva. Lá vamos nós tentar a sorte no asfalto. Como toda aposta, as chances de acerto são remotas, mas existem. Dali a pouco lá estamos nós, dançando na chuva ou contando vantagem por ter “acertado” que faria um dia ensolarado.


Ter família e amigos que acompanhem nessa dança é um privilégio. A morte de Matthew Perry, o eterno Chandler Bing, de Friends, acendeu o alerta sobre esses pensamentos a respeito do mundo que estou deixando para trás, das referências que tenho valorizado e da atenção que preciso dar a tudo o que realmente importa. E, no fim, o que realmente importa são as pessoas. A sitcom deixou uma legião de fãs órfãos das piadas sobre a rotina banal de um grupo de amigos nada ordinários. Cada um com suas falhas e habilidades, mostraram onde nós mesmos podemos melhorar ou no que somos bons. A comoção com a partida do ator mostra que ele também conseguiu colocar em prática um pouco desse papel.


Entre os fanáticos, há até uma frase que virou até meme e fala sobre o poder da mensagem do seriado — apesar de todas as suas falhas também. O nome do programa acabou se tornando superlativo, mostrando a força e a potência de um laço de amizade: “Mais que amigos: Friends!” 



Mariana Niederauer – Foto: Blog-Google – Correio Braziliense



 

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