Não se sabe ao certo que
propostas ou discursos o atual governo levará à Conferência de Mudanças
Climáticas promovida pela Organização das Nações Unidas (COP 28), que ocorrerá
em Dubai, entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro. Por certo, o mundo inteiro
estará de olho nesse encontro, o que pode tornar essa Conferência uma excelente
vitrine e uma oportunidade ímpar para que os outros países e o Brasil,
inclusive, mostrem que projetos reais possuem e como têm feito para torná-los
exequíveis.
Nessa COP 28, o Brasil, segundo
todos os analistas acreditam, terá papel de destaque. Não propriamente por
ações derivadas do governo, que, ao que se sabe, não possui canais abertos com
esse importante setor de nossa economia, mas por causa, sobretudo, do papel
desempenhado pelos pecuaristas e por toda a cadeia privada ligada ao
agronegócio.
Ser considerado hoje como o
maior produtor mundial de alimentos, confere ao Brasil uma posição sem
precedentes nesse encontro e dá, ao país e à sua força de trabalho, um
protagonismo dos mais nobres e elogiáveis.
Não é de hoje, por conta da força do lobby internacional ligado ao meio ambiente e aos mercados consumidores, cada vez mais ciosos também com a preservação do planeta, que o agronegócio brasileiro vem se precavendo e melhorando suas práticas em busca da preservação dos recursos naturais. A antiga imagem do produtor, alheio ao mundo moderno e suas necessidades ficou para trás. Quem visita hoje os homens de negócio ligados ao campo percebe estar na presença de gente sofisticada e plugada no mundo moderno. O maquinário e a tecnologia de ponta substituíram as enxadas e o arado. Mesmo a criação de animais experimenta o que de melhor existe hoje em tecnologia para a pecuária.
O mercado exige e os lucros são
assentados justamente nesse tipo de demanda especial. Mesmo os aspectos
sanitários dos animais são observados de perto, pois qualquer distração nessa
área provoca prejuízos imensos e sujam a reputação em questão de segundos.
Em negócios desse tipo, onde
tudo é grande e delicado, não adianta fingir. Os protocolos internacionais
precisam ser seguidos rigorosamente. Tudo é visível por especialistas que a
toda hora vigiam o setor, quer por tecnologia de satélites, tudo vê em tempo
real.
Segundo dados divulgados pela
Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), houve, entre 2021 e 2022, um
crescimento da área plantada de grãos de mais de 81% e uma aumento de produção
da ordem de 433%. São números fantásticos, ainda mais quando se verifica que o
aumento na produção de grãos não provocou um aumento nas áreas de plantio. Isso
significa mais produção sem necessidade de desmatar mais áreas nativas. O que
importa, nessa Conferência, e talvez o governo não esteja atento a esse fato, é
que o mundo sabe exatamente o que ocorre em nosso país, mesmo que por aqui se
façam de desentendidos.
Portanto, de nada adianta ir
para essa Conferência e apresentar dados otimizados e fora da realidade e, como
é de praxe, usar a tribuna como se fosse um palanque político e eleitoral. Os
satélites de última geração em tecnologia não mentem. Por isso, de nada mentir
sobre o alarmante incêndio que cobriu Manaus de fumaça por semanas ou as
queimadas no Pantanal, que seguem ardendo como nunca. Também em relação ao
desmatamento do Cerrado é preciso dizer a verdade mostrando que as ações do
atual governo estão ainda muito longe do que seria razoável e que a imensa
região do MATOPIBA continua sendo devastada. De fato, o que o governo teria, de
modo oficial e verdadeiro, a oferecer ao mundo, nessa COP 28, baseia-se, em
grande parte, no trabalho realizado pela iniciativa privada, que colhe agora
seu momento de júbilo fora da influência e ações do governo.