Um dos graves problemas, se não o maior de todos eles, apontados
aqui neste espaço desde sempre, diz respeito a politização de cunho ideológico
que as instituições do Estado Brasileiro vêm sendo submetidas, transformando
esses órgãos públicos em verdadeiros aparelhos do partido no Poder.
Para o cidadão, que acredita ainda viver numa democracia, onde os
serviços públicos seriam, por lei, infensos a ideologias e apartidários,
tal distorção não apenas dificulta o dia a dia dos brasileiros, como cria uma
casta de privilegiados ou cidadãos de primeira classe, desde que comunguem da
mesma crença dos mandatários de plantão.
A abdução da máquina do Estado por um partido transforma o próprio
Estado numa espécie de extensão dessa legenda. Mesmo entidades que não
sobrevivam propriamente dos recursos públicos, mas que servem aos cidadãos,
quando abduzidas por partidos políticos, no mínimo, deixam de cumprir suas
funções com isenção. Exemplos atuais são a OAB e a UNE, duas instituições
presentes na vida nacional e que, em outros momentos no passado, prestaram
serviços relevantes à sociedade, mas que, hoje, dominadas por agentes partidários,
transformaram-se em apêndice da esquerda no Poder.
Isso sem citar as universidades públicas, quase todas enfeitiçadas por
doutrinas de esquerda, preocupadas mais em formar militantes do que
profissionais capacitados.
No passado, a Ordem dos Advogados do Brasil, juntamente com a Associação
Brasileira de Imprensa, e mesmo a União Nacional dos Estudantes, tiveram papel
fundamental na defesa da democracia e em prol das liberdades individuais,
enfrentando o aparelho do Estado com destemor e mesmo com o sacrifício pessoal
de seus membros. Esse tempo já vai longe e vem sendo encoberto pela poeira do
esquecimento e pelo manto da indiferença e da inoperância com que essas
instituições se transformaram. Enfileiradas, de modo cego, surdo e mudo ao lado
do governo, essas entidades se transformaram não só em omissas, como em muitos
casos se alinham automaticamente ao lado das teses do governo, deixando a
população perplexa e mesmo indignada com essa mudança de caráter.
O caso da OAB, num país onde a justiça nunca ficou ao lado dos mais
necessitados, é o mais emblemático e preocupante. Fechou não somente os olhos
para combate à corrupção, no caso da Operação Lava Jato, como tem permitido,
entre seus membros na direção, apoio total aos desmandos do atual governo. Além
disso, tem se omitido sistematicamente em apoiar os advogados que defendem os
presos políticos do 8 de janeiro, permitindo que o Supremo cometa abusos e
ilegalidades das mais gritantes. Dominada por uma casta de advogados ligados
diretamente à esquerda, a OAB tem, em seus quadros, os maiores escritórios de
advocacia, muitos deles criados para defender um grande contingente de
indivíduos envolvidos nos mais escabrosos casos de corrupção e malversação do
dinheiro público.
Sociedades de advogados, como o grupo Prerrogativa, que age abertamente
em caráter exclusivo em defesa dos criminosos do colarinho branco,
ganhando com essa prestação de serviço, rios de dinheiro, não recebe por parte
da OAB qualquer admoestação. Além disso, essa instituição também tem feito
ouvidos de mercador ao trabalho dos escritórios de advocacia que possuem, entre
seus sócios, pessoas ligadas por laços familiares aos ministros das altas
cortes, como se tudo isso fosse ético do ponto de vista da advocacia. Quem te
viu e quem te vê. No futuro, quando forem revisitar esses tempos
sinistros em que vivemos, entidades como essa e outras encontrarão o destaque
de rodapé que merecem entre as instituições do tipo colaboracionistas.
O pessimista: Lançado em Brasília um teatro grandioso com performances que arrancam aplausos do público. É bom lembrar que, depois de apresentada a peça, as cortinas se fecham, e cada um volta para a sua casa. Era só uma encenação.
Vão mudando um a um, ninguém pode continuar no erro o tempo todo!!
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