Elon Musk É um sujeito esperto. O estupidamente
rico empresário tem todos os defeitos que demonstra nessa tentativa de – para
se vingar de trotes adolescentes – bulir com o mundo todo. Mas bobo não é. E há
alguns dias disse que não haverá mais empregos no futuro; os computadores vão
ocupar todos os espaços.
Não chega a ser uma novidade. O alemão Jeremy
Rifkin escreveu o livro O Fim dos Empregos há duas décadas,
prevendo o colapso da civilização como a conhecemos. Mas o futuro já chegou
para muitos, porque o que não falta é gente à toa. Ou quase.
Recentemente saiu uma
estatística mostrando que Brasília é a cidade com mais gente trabalhando em
casa no país – trabalhando é eufemismo; é o tal homeoffice que nasceu na
pandemia e sobrevive na preguiça do serviço público. Basta olhar a quantidade
de gente se exercitando em horário de batente nos bairros nobres.
São os novos fiscais da natureza, termo cunhado há
priscas eras para definir o legitimo vagal. Os pobres, naturalmente, porque os
ricos faziam como Jorginho Guinle, que navegou mais de 80 anos de vida sem dar
com um prego numa barra de sabão, se dedicando a namorar, ouvir jazz e a gastar
a fortuna que herdou. Sábio.
O problema são os embrulhões, gente que finge que
trabalha; seja o juiz que julga de casa, o servidor que despacha em domicílio
ou o funcionário que agora só atende pelo telefone. Quem está do outro lado que
se dane.
E há os acadêmicos que, com vergonha de não fazer
nada, pesquisam assuntos que não interessam a ninguém ou nunca vão servir para
nada. Por exemplo: o cientista Mark Wood, da Universidade de Exeter, no Reino
Unido, liderou colegas que foram a Kyoto, Japão, apresentar sua sensacional
descoberta: pum faz bem à saúde. Pode prevenir câncer, AVC, artrite e ataques
cardíacos.
Da próxima vez que a flatulência escapar no
elevador lotado, você pode, ao invés de ficar vermelho de vergonha,
simplesmente dizer: inspirem… é um santo remédio.
Nos Estados Unidos, outros cientistas com pouco ou
nada o que fazer, concluíram que nos lugares em que se toca mais música country
a taxa de suicídios é mais alta. E debitaram a culpa nas letras das canções,
que falam de traições conjugais, abuso no consumo de álcool e tristezas. Fosse
verdade, não tinha um goiano de pé.
E os britânicos descobriram que o fim de um
relacionamento é a principal razão para uma mulher cortar o cabelo. Os
psicólogos Hart e Boltz descobriram que as pessoas com cães são mais corajosas.
A coragem deve aumentar se for um pitbull, pesquisei eu.
Mais útil é a descoberta que o mosquito da malária
não gosta do cheiro de chulé. Que o Ministério da Saúde distribua kichute e
bamba cabeção para a caboclada. Vamos erradicar a maleita palustre!
O pior desse tipo de vagal acadêmico é que ele não
se contenta em apenas fazer coisas inúteis, mas faz questão de divulgar. O
verdadeiro vagabundo não se daria a este trabalho.