Muitas décadas antes da virada
do século, os estrategistas chamavam a atenção para a enorme importância
econômica que a tecnologia iria adquirir para os países. Chegaram a afirmar que
aquelas nações que resistissem em investir maciçamente em pesquisas variadas,
ficariam para trás, correndo o risco de se tornarem dependentes de países que
avançaram e investiram em ciências. Não deu outra.
Hoje, o que se observa é que
vários países que não seguiram esses conselhos tornaram-se dependentes
econômica e até politicamente de nações que buscaram na ciência novos
referenciais e fontes de riquezas e prosperidade. Para os países que hoje se
encontram no seleto e fechado grupo de nações desenvolvidas, as universidades e
os laboratórios de pesquisa estatais e privados receberam grandes
investimentos.
O recrutamento de cérebros,
dentro e fora das fronteiras, passou a ser a norma. Altos salários e excelentes
condições de trabalho foram oferecidos para pesquisadores e cientistas de todo
o mundo, das mais diversas áreas. Nessa corrida em busca de uma nova espécie de
ouro, o Brasil e outros países, que não fizeram esse tipo de planejamento,
ficaram para trás, e hoje têm que se submeter às exigências e aos caprichos das
nações cientificamente mais dotadas.
Em qualquer área da ciência que
se vislumbre, é patente que o Brasil e outros países deste continente dependem
de tecnologia, insumos e outros recursos materiais e humanos vindos do
estrangeiro. Trata-se aqui de um atraso, que, pela persistência das precárias
condições atuais, não será vencido ou equiparado nas próximas décadas.
No Vale do Silício, nos Estados
Unidos, onde as tecnologias da informática avançaram como nunca e mesmo em
regiões localizadas entre Harvard e o excelente Instituto de Tecnologia de
Massachusetts (MIT), uma legião de cientistas pesquisa novos medicamentos e os
avanços científicos acontecem em ritmo alucinante.
A cada dia, novas tecnologias e
medicamentos são criados ou aperfeiçoados. Também, a cada descoberta e avanço,
bilhões de dólares fluem para esses centros. Não seria exagero dizer que boa
parte da humanidade depende desses centros científicos para vencer os desafios
do futuro. Não é por outra razão que o governo americano e as mais ricas
famílias do planeta estão investindo bilhões de dólares nesse novo nicho.
Aos cientistas, normalmente
oriundos das mais prestigiosas universidades do mundo, são oferecidas cifras
astronômicas, comparadas aos astros do esporte. Os investimentos privados nas
áreas de pesquisa, sobretudo de medicamentos novos para a cura do câncer e
mesmo de doenças cerebrais, são cada vez maiores.
O desenvolvimento de
equipamentos de exames clínicos seguem o mesmo modelo. Ciência é economia.
Basta, nesse caso específico, notar que, entre as maiores empresas ou indústria
farmacêuticas do mundo, surgem empresas como a americana Johnson & Johnson,
a suíça Novartis e Roche, a Pfizer ou Viatris; a francesa Sanofi; a Merkel, da
Alemanha; a GlaxoSmithKline, da Inglaterra; a AstraZeneca, empresa anglo-sueca;
a Bayer da Alemanha; a Gilead, americana, e outras criadas em países que
investiram grandes recursos em pesquisas científicas.
Solução: Imaginem um país onde a população unida paga as melhorias dos hospitais, escolas, transportes e segurança tendo desconto no imposto de renda pelo feito. Certifique-se: o antônimo de emenda é fé!