Para onde deveria caminhar o
Brasil neste século 21? Eis uma questão, que, à primeira vista, parece
complexa, diante de um mundo com tantos problemas a resolver. Mas, de modo
geral, segundo aqueles que entendem desses assuntos estratégicos, o nosso país deveria,
seguindo suas características ou aquilo que chamam de destino prático,
encaminhar-se para consolidar seus potenciais recursos e vocações naturais.
Tudo isso se faria por meio da ampliação de um modelo de desenvolvimento
sustentável, com o intuito de fortalecer um regime que traga, ao mesmo tempo,
segurança energética, respeito ambiental e, sobretudo, um modelo que assegure a
alimentação dos brasileiros e dos clientes de seus produtos. Enveredar por um
caminho que parece desenhado para ele.
Isso é, caso o atual governo
entenda, de fato, as potencialidades do país, e compreenda, como ninguém, como
está se desenhando o mundo à nossa volta. Uma primeira providência que se abre
é o estabelecimento de parcerias corretas, que visem somar, e não subtrair ou
sabotar nosso conjunto de vocações. A questão foge muito de alinhamentos com
base ideológicas, que, embora possam interessar a alguns governos, são
desaconselhados pela imensa maioria daqueles que realmente produzem.
Com base nessas premissas,
seguindo a trilha que comprova que geografia é destino, faz-se urgente ainda
retomar o pleno alinhamento com o Ocidente — principalmente com as verdadeiras
democracias dessa parte do globo, não deixando de lado, obviamente, o Japão, a
Austrália e outros países onde a democracia é a linha mestra de governos.
Essa preocupação se prende ao
fato de que só pode haver desenvolvimento econômico pleno com a elevação do
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) sob a égide de democracias. Somente as
democracias do tipo capitalista, que seguem a economia de mercado, tiveram o
gáudio de harmonizar esses dois elementos, obtendo êxitos extraordinários.
Infelizmente, temos que
reconhecer que o Brasil, nos últimos tempos, parece se encaminhar para o
sentido oposto, transformando-se numa espécie de antagonista do mundo Ocidental
e de seus valores históricos e morais, para entrar numa espécie de caverna primitiva,
distante da civilização. Não é por esse caminho que devemos seguir.
Parcerias comerciais e de outros
gêneros também não devem ser firmadas com países que desprezam a democracia e a
usam apenas como fachada falsa de loja de bugigangas. O país, acima de tudo,
deve prezar pela qualidade moral de suas parcerias, aliando-se a nações que
têm, entre seus ideais, a busca pelo humanismo, pela ética e pela valorização
da cidadania.
Muitos analistas políticos vêm,
atualmente, chamando a atenção ao perigo que representa, para o futuro imediato
do Brasil, aliar-se a potências notoriamente contrárias ao Ocidente e aos
ideais da democracia. Trata-se de reconhecer que a economia de mercado exclui,
logo de cara, as tentativas insanas de reinvenção da roda quadrada. Em outras
palavras, juntar-se a ditaduras, de qualquer espécie, mesmo no âmbito restrito
e frio do comércio, é um prejuízo certo. Quem não tem condescendência e
benignidade para tratar com humanidade seus próprios cidadãos e conterrâneos,
não terá também qualquer comiseração para firmar parceria econômica com quem
quer que seja. Ou é isso ou a volta às cavernas.