O
jornalista português Sérgio Tavares, que ficou detido temporariamente no
Aeroporto de Guarulhos na manhã deste domingo (25), se mostrou indignado com a
atitude de Policia Federal. Tavares veio ao Brasil para participar da
manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista,
em São Paulo e teve seu passaporte apreendido pela PF.
"Foi
uma loucura. Qual a justificativa de um cidadão europeu, português que veio
aqui para mostrar a democracia ficar por quatro horas sendo questionado sobre
Flávio Dino, sobre Alexandre de Moraes, sobre vacinas, sobre a ditadura do
Judiciário?", questionou em entrevista à colunista Cristina Graeml da
Gazeta do Povo, durante a manifestação.
Segundo
o jornalista, o episódio demonstra a preocupação das autoridades com que o
mundo saiba "o que está a passar neste país". "E garanto que o
mundo vai saber. Não vou dizer aqui, mas vou dizer quando chegar lá. Por que lá
eu tenho liberdade de expressão," afirmou.
O
assunto ganhou repercussão internacional. O jornalista de esquerda
norte-americano Glen Greenwald relatou, no seu perfil no X (antigo Twitter) a
detenção de Tavares, informando que o português havia entrevistado Bolsonaro há
poucos dias. O ex-presidente fez críticas à falta de liberdade de expressão no
Brasil durante a entrevista.
Na
Avenida Paulista, Tavares disse não ter dúvidas de que a atitude terá
consequências. "Vou dizer nome por nome, palavra por palavra. Acabou-se a
impunidade. E todos serão punidos, nem que seja daqui a dez anos, vinte ou
trinta anos. Ou nem que seja por julgamento divino", completou.
"Eu
vou garantir que a Europa e o mundo vão saber a verdade sobre o Brasil. O mundo
vai saber que vocês precisam de liberdade", discursou Tavares.
Em Portugal, o partido Alternativa Democrática Nacional (ADN) pediu a intervenção imediata do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e da Embaixada de Portugal no Brasil contra o que considerou uma “perseguição fascista de uma extrema-esquerda que apoia o presidente Lula”.