No domingo,
dia 25, um único homem encheu a Avenida Paulista, como nunca se viu. Até onde
as lentes dos drones e câmeras alcançavam, a avenida estava cheia, lotada.
Jamais o mundo inteiro vira tanta gente, à exceção da visita do papa a Seul, na
Coreia, há três décadas. Como no caso do papa, vieram por um homem. E ouviram
sua fala. Ele pediu para não trazerem faixas, nem insultos a pessoas e
instituições, e todos seguiram a fala do líder. Vieram de longe, muitos
bloqueados nas estradas. Bloqueados pelo medo dos que temem o povo, mas querem
impor-lhe medo. Bloquearam até quem não é brasileiro. O jornalista português
ficou detido por quatro horas. Obra do milagre. Era preciso mostrar ao mundo,
por meio dele, a realidade do Brasil.
A avenida
ficou lotada. Eloquente. Não precisaria falar nada para ser ouvida no mundo
todo. A presença da cidadania foi forte demais para precisar de alguma fala. Já
seria suficiente para dizer tudo. Ainda assim, houve oradores. Nenhuma voz
partidária. Ficou combinado que o partido de todos seria apenas o Brasil.
Falou-se de moral e religião, nas vozes de Michelle e Malafaia. No fim, veio a
voz do líder, pregando a conciliação pela anistia, sem vencedores nem vencidos;
pregando justiça com isenção, sem esmagar uns e exaltar outros. O pastor havia
lembrado antes que um juiz havia dito “nós derrotamos o bolsonarismo”. Depois,
olhou a multidão e percebeu que não precisava retrucar o juiz. A multidão
estava ali para desmentir. Porque a multidão disse tudo. Não precisaria fala de
ninguém.
Ainda
assim, o líder insistiu. Anistia para quem não destruiu patrimônio do povo;
para quem apenas se manifestou, como a Constituição garante. Já se anistiou
sequestradores, assassinos, assaltantes; por que não anistiar os participantes
do desabafo do 8 de janeiro, motivados pelo desconhecimento dos métodos de
contagem dos votos? Pediu aos deputados e senadores que livrassem inocentes da
vingança inconstitucional de uns poucos. Jogou nos plenários do Congresso o
desafio da paz e da conciliação.
Foi uma
demonstração de força. Pacífica. Apenas mostrando o que pensa uma parte na
nação, a quem o Estado serve. O que a avenida disse é que quer paz, justiça,
sem vingança nem perseguições. Mas, pelo tamanho dela, ela não disse que apenas
quer. Disse que exige. Fez pensar sobre o seu tamanho. Não foi um artista
popular, um general cheio de canhões, um banqueiro cheio de dinheiro, um
demagogo cheio de mentiras que lá foi conversar com tanta gente. Foi um homem
simples, igual aos outros, sem armas, sem dinheiro, sem dotes artísticos, sem
mentiras, que foi se apresentar de novo, pedindo união por ideais. pela Pátria,
pela família, pelos direitos, pelas liberdades, pela descendência de cada
brasileiro. Nos dias de hoje, isso é milagre.