“Não basta ser mulher para estar em cargo de
chefia. É ser mulher e o que você representa”, define a vice-governadora Celina
Leão. Ela participou do VC+Determinada, bate-papo promovido pela Casa Militar
com o mais alto escalão feminino do GDF. O evento foi transmitido ao vivo,
nesta sexta-feira (22), pelo canal do YouTube da Agência
Brasília.
Ao lado de Celina, participaram da conversa as comandantes da Polícia Militar do DF, coronel Ana Paula Habka, e do Corpo de Bombeiros, coronel Mônica Miranda. O programa é apresentado pela tenente-coronel Conceição Muniz. Em comum, histórias de muita determinação para romper barreiras históricas e garantir a presença da mulher em cargos de comando.
“É um desafio para as mulheres estarem na política.
É um ambiente muito fechado, muito machista. Se não tiver uma estrutura
emocional forte, você sofre muito. As mulheres não são convidadas a participar
nem acolhidas como deveriam ser”, avalia a vice-governadora.
A vice-governadora Celina Leão participou do
programa apresentado pela tenente-coronel Conceição Muniz acompanhada pelas
comandantes da Polícia Militar do DF, coronel Ana Paula Habka, e do Corpo de
Bombeiros, coronel Mônica Miranda
Por isso, ela observa que sua atuação quebrou
muitas muralhas. “Consegui uma coisa muito importante que é ser olhada com
igualdade. Isso me levou aos altos cargos: fui presidente da Câmara Legislativa
do DF, da bancada feminina na Câmara dos Deputados. A mulher melhora a
qualidade da política”, afirma.
Ela conta que a mãe, Maria Célia Leão, foi a grande inspiração dela e abriu caminho para inúmeras outras mulheres. Foi a primeira mulher a se desquitar no estado de Goiás, quando ainda não havia o divórcio e sempre foi uma militante pela causa feminina. E Celina a acompanhava atentamente desde criança. (Vídeo ~~~)
Ela lembra que quando fez o curso especializado,
era a única mulher e que seu comandante à época a orientou a comprar velas e
rezar.
“Eu fiz isso, mas também fui para a musculação para
me preparar, chegava mais cedo para correr. Acredito que, onde a mulher entra,
ela faz bem feito e é comprometida”, avalia.
A comandante ressalta que não há concorrência com
os homens, mas se trata de apoio mútuo: “como é necessária em uma guarnição
composta por homens e mulheres”.
“Meus desafios são como de qualquer outro
comandante geral. Mas vejo que as mulheres se cobram mais para conseguir. Mas
eu comando para 100%. Quero cuidar dos 10.150 policiais militares de todos os
veteranos também”, reforça.
Do estágio ao comando: A coronel Mônica, comandante do Corpo de
Bombeiros, observa que as mulheres sempre tiveram que lutar por condições que
as permitissem servir, como ter banheiros, alojamentos ou equipamentos que se
adequassem ao corpo delas.
Quando chegou à corporação, sequer havia a previsão
para que as poucas mulheres pudessem acompanhar os filhos ao médico. Por isso,
ela afirma que é uma vitória ter implantado a Ouvidoria da Mulher, o Conselho
das Mulheres na Segurança e a aprovação do regulamento de maternidade da
corporação.
A coronel foi de estagiária ao mais alto cargo e,
junto com as outras cinco mulheres da sua turma, “todas as vezes que falavam
que não daríamos conta, nós íamos lá e fazíamos.”