Educação aos interessados
Em todas as pesquisas sobre
Educação Pública no país, é apontado, no levantamento, que uma fração ínfima
dos estudantes brasileiros, sobretudo os matriculados no ensino médio, detém
conhecimento esperado para a série que estão cursando. Vale ressaltar aqui dois
tipos de pesquisa. A que consulta a área administrativa da escola, onde muitos
diretores ignoram a baixa capacidade do aluno em progredir, mesmo assim,
orienta os professores a muda-los para a próxima turma. Outra é a pesquisa
direta com os alunos. Essa sim, é que mostra a realidade.
Segundo o próprio Sistema de
Avaliação da Educação Básica (Saeb), no 3º ano do ensino médio, apenas 4%
dominam os conteúdos adequados, para essa etapa, em Matemática. Em Português,
esses números são ainda piores. Apenas 1,7% estão em nível adequado. Qualquer
autoridade do país reconhece que o ensino médio está no fundo do poço,
considerando ainda, como desastrosos, os resultados das escolas públicas
levantadas pelo MEC.
Com isso, fica patente, para
todo mundo, que a mais alta autoridade do Estado para assunto de Educação
reconhece, abertamente, a falência do ensino público, que é um grande produtor
de desigualdades, engessado, inflexível e excludente. Diante de uma realidade
dessas, que, há muito, é do conhecimento das famílias brasileiras de baixa e
média renda, fica, para dizer o mínimo, complicado ao Estado e, principalmente,
aos órgãos de justiça, obrigarem os pais a matricular seus filhos na rede de
ensino.
Outro aspecto que tem despertado
a atenção e a ira de muitas famílias, levando, inclusive, a protestos
calorosos, é com relação aos novos currículos escolares, mais precisamente, no
desenvolvimento atabalhoado e sem critérios de assuntos de natureza sexual e de
gêneros.
Neste tocante, a maioria dos
próprios professores reconhece, publicamente, que não se sente devidamente
habilitado para desenvolver, junto a crianças e adolescentes, assuntos dessa
natureza e que, não raro, essas aulas acabam se transformando numa grande
confusão e não rendem benefício algum do ponto de vista didático e pedagógico.
Além desses problemas de ordem
estrutural do ensino, outras questões seríssimas têm preocupado muitas famílias
por todo o país, como é o caso da violência cotidiana envolvendo alunos contra
alunos, alunos contra professores e pais contra professores. A cada dia, tema
como esse e outros ligados ao consumo e à venda de entorpecentes dentro das
escolas ganham as mídias e assustam, cada vez mais, as famílias.
Diante da omissão e covardia
histórica do Estado, para tratar a questão com autoridade no setor da educação,
muitos lares vêm adotando o chamando “Homeschooling”, que é a instrução
empreendida em casa pela própria família e, posteriormente, testada pela escola.
O crescimento, no número de
famílias, que tem adotado esse regime caseiro de ensino não para de crescer e,
por isso, tem chamado a atenção das autoridades, com o envolvimento, inclusive,
do Poder Judiciário nessa questão. O assunto por sua dimensão já chegou,
inclusive, ao Supremo Tribunal Federal. A Corte começou a discutir o assunto na
forma de Recurso Extraordinário (RE) nº 888815, mas, após o voto do Ministro
Roberto Barroso (relator), que deu provimento ao recurso, o julgamento foi
suspenso.
Na oportunidade e sob a
relatoria do ministro Roberto Barroso, o STF iria debater se pode ser
considerado meio lícito de cumprimento, pela família, do dever de prover a
educação dos seus filhos. A Procuradoria-Geral da República e para a
Advocacia-Geral da União já se posicionaram contra o homeschooling,
considerando que nenhum núcleo familiar será capaz de propiciar, à criança e ao
adolescente, o convívio com tamanha diversidade cultural presente nos ambientes
escolares. Mesmo que hoje em dia isso não seja tão vantajoso assim. Vale
lembrar que os países onde os doutos juízes estudaram, todos adotam o
homeschooling.
A questão de fundo irá colocar a
atual realidade das escolas públicas, invadidas por ideologias de todo o tipo
estranhas ao meio e mesmo o sucateamento dessas instituições, e milhares de
famílias que passaram a ver, nesses locais, um ambiente desestruturado técnica
e moralmente.
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