Pouco
tempo após eu ser eleito o presidente da Comissão de Educação na Câmara dos
Deputados, o primeiro plano da esquerda apareceu: o governo Lula me convidou
para participar de um evento do Ministério da Educação. A armadilha para tentar
me descredibilizar foi montada, mas faltou combinar com estudantes, professores
e demais profissionais da área presentes. Se o resultado foi horrível para
eles, pra mim não poderia ter sido melhor.
Claro
que não seria anormal um líder de comissão ser convidado, mesmo que de
oposição, para uma cerimônia de um tema relacionado diretamente a ambos. Porém,
ficou bem nítido, até pela insistência, que a intenção era garantir a minha
ausência, para que pudessem levantar, assim, afirmações de que eu teria
rejeitado o convite unicamente por questões ideológicas e que não estaria
preocupado com a educação no Brasil.
Uma
das várias narrativas que meus adversários mais gostam de levantar é a de que a
direita não dialoga. Além de ser improcedente, o meu pensamento vai totalmente
de encontro a essa afirmação. Mesmo sabendo que é praticamente impossível a
convergência entre duas ideologias antagônicas, nunca tive problema em debater,
apoiar e votar a favor de bons projetos, mesmo que elaborados por opoentes. A
preocupação com um bom retorno aos eleitores que depositaram confiança em nós
deve estar acima do “nós contra eles’’.
Entendo
perfeitamente a minha missão e as minhas responsabilidades no novo cargo e,
portanto, decidi comparecer ao Palácio do Planalto. Percebi a surpresa no rosto
de muitos que me odeiam e vi que aguardavam ansiosamente para que eu fosse
hostilizado ao máximo. Para o azar deles, o jogo virou totalmente. Diversos
alunos de institutos federais espalhados pelo Brasil, além de professores e
outros profissionais da área da educação, me presentearam com elogios e
palavras de apoio.
O
ódio do bem foi totalmente engolido pela aceitação orgânica, apesar de estar
presente na ira que exalava nos rostos de um ou outro “educador’’, daqueles bem
determinados a moldar a cabeça de seus alunos de acordo somente com o que eles
pensam. Como lidar com o fato de que anos de doutrinação estão enfim sendo
destruídos pela verdade em bem menos tempo? A indignação dos adeptos do patrono
do fracasso da educação brasileira era a cereja que faltava no bolo.
A
preocupação com um bom retorno aos eleitores que depositaram confiança em nós
deve estar acima do “nós contra eles’’
Meses
atrás, ao fazer uma mudança, encontrei um livro de geografia em que as teorias
fracassadas do socialismo eram exaltadas, mesmo sem nunca ter dado certo,
enquanto fantasiavam monstros supostamente gerados pelo capitalismo. Antes
éramos manipulados de forma velada, depois passamos a questionar e hoje
entendemos como funciona.
O
que aconteceu comigo na escola e principalmente na faculdade também ocorreu com
a minha irmã mais velha, formada em Letras em uma universidade federal. Hoje, é
uma excelente educadora, assim como a maioria que, felizmente, entende a
importância do cargo, bem como a necessidade de ajudar a produzir, não só
reproduzir conhecimentos. De estudantes praticamente obrigados a vender suas
personalidades em troca de aceitação, professores sendo coagidos por
doutrinadores devido a posicionamentos políticos até os pais preocupados com o
futuro dos filhos, os relatos que chegam até mim são muitos e notórios até por
quem pouco sabe de guerra ideológica.
A
realidade que a esquerda tenta negar não a impedirá de sofrer as consequências
que já aparecem. Perderam a hegemonia na educação, que afeta a base que
construíram por meio de mentiras e coerção. Agora, não é tão difícil ter acesso
a matérias e pesquisas que anulam todos os seus argumentos e escancaram a
hipocrisia. Qual narrativa usar diante disso? O PT melhorou a educação e os
estudantes apoiam o Nikolas? Ou o PT destruiu a educação e os estudantes apoiam
o Nikolas? Difícil saber. Enquanto seguem presos a repetir as mesmas
baboseiras, forçando barra até para dizer que eu defenderia terraplanismo para
me atacar, farei o meu máximo para ajudar a tirar o país das piores colocações
nos índices educacionais, legado que anos de petismo nos deixou.
Presente
ou não nas cerimônias do governo, continuarei fazendo meu papel de
acompanhamento e fiscalização. Para quem usa do meu cargo atual para tentar
armar arapucas, deixo um ditado bastante popular: “O mal de quem se considera
esperto demais é achar que todo mundo é idiota’’.