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Em 1972, havia militares entendendo mais de liberdade de imprensa que autoridades de 2024

Em 1972, havia militares entendendo mais de liberdade de imprensa que autoridades de 2024

Esqueci de mencionar um aniversário importante na semana passada. Em 14 de março, fez 52 anos em que em pleno governo Médici, quando vigorava a censura, foi divulgado na Escola Superior de Guerra um relatório sobre comunicação social, e que gerou um livro chamado 1972, ano em que a liberdade de imprensa virou notícia. Esse relatório foi descoberto por O Globo, pelo Estadão e pelo Jornal do Brasil, que fizeram editoriais e reportagens sobre o relatório.

Vejam só que atualidade tem esse texto feito em plena época de censura, no governo militar do general Médici. O Globo chegou a fazer um título que dizia “Censura prévia pode levar à tirania, diz documento da Escola Superior de Guerra”. Vejam um trechinho do documento: “Tentar esconder os fatos para que a imagem de uma administração não seja atingida, ocultar falhas ou imprevidências é fazer perder a confiança do povo nos meios de comunicação, na voz do governo, e propagar o fato pelo boato, comentário velado, escândalo e manobras subreptícias. A crítica responsável deve existir. Única maneira de o governo não ter um conceito irrealista do momento”. E este outro trecho: “Todos concordam também que, na busca da verdade, o homem precisa de todas as informações, acesso a todas as ideias, e não apenas as que lhe desejarem fornecer. A melhor maneira de lutar contra o falso, de combater o erro, é conhecer para refutar ideias contra ideias. É o apogeu da liberdade”. Que tal transferirmos isso de 1972 para 2024?

Chegou a hora da CPI do Abuso de Autoridade: A CPI do Abuso de Autoridade, proposta pelo deputado Marcel van Hattem, está com 176 assinaturas, mais que o necessário. Agora, ele está conversando com o presidente da Câmara, Arthur Lira, para instalar a CPI. Lira havia prometido a ele que, depois de instaladas as comissões, falaria de CPI. Existe uma Lei de Abuso da Autoridade que não está sendo aplicada. E os deputados têm o dever, imposto pela Constituição, de preservar a sua competência legislativa e pôr as coisas nos devidos lugares.

Mesmo fora do governo, Chega é o grande vencedor da eleição portuguesa: Estou chegando a Portugal, um pouquinho antes da primavera, e vejo André Ventura talvez como o maior vitorioso dessa última eleição. A Aliança Democrática, que vai para o poder, não é exatamente um partido, é uma aliança de cinco partidos, e não sei se algum deles chegou a 48 deputados como o Chega. Além disso, a AD só ganhou dois deputados, passando de 77 para 79, enquanto o Chega quadruplicou de tamanho. Já os socialistas despencaram de 120 para 77.

Com esses 48 deputados, Ventura agora tem força para instalar comissões de inquérito para investigar a compra de ventiladores durante a pandemia, a eficácia das vacinas e o destino do dinheiro que foi gasto. Ele, por exemplo, disse que foram comprados ventiladores da China que nunca foram entregues. Nós já conhecemos esse filme.

Senadores argentinos não aprovam pacote de Milei e viram corresponsáveis pelo que acontecer agora: Na Argentina, o Senado não aprovou o pacote de Javier Milei, cometendo um erro estratégico. Se tivesse aprovado e as medidas não dessem certo, a responsabilidade seria do presidente. Agora, o que vier a acontecer na Argentina já é responsabilidade dos 42 senadores que votaram contra o pacote.


Alexandre Garcia – Foto: Tama66/Pixabay – Gazeta do Povo




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