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Não caiam no papo furado da “maconha medicinal”

 

Não caiam no papo furado da “maconha medicinal”

De 27 senadores da Comissão de Constituição e Justiça, só quatro não aprovaram a proposta do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, de uma emenda constitucional considerando crime o posse e o porte de qualquer quantidade de droga. Agora se diz que isso será decidido no Senado depois da Semana Santa, porque tem de passar por cinco sessões no plenário. Mas vai para o plenário, é Pacheco quem está conduzindo isso. No Supremo estão tentando descriminalizar, dizendo que a pequena quantidade de droga é só para consumo; mas o consumidor é quem sustenta o crime, o PCC, o Comando Vermelho, o tráfico que compra armas muitas vezes mais potentes que as da polícia. Quem dá o dinheiro é o comprador de droga, essa que é a verdade. Hoje em dia já é assim: se o sujeito é dependente, ele é encaminhado para o tratamento, mas é crime, e ele tem de pagar com cesta básica ou prestação de serviços à comunidade, para sentir que ele está errado, está na direção contrária ao progresso da comunidade e, principalmente, da família.

E o deputado Osmar Terra, que já foi secretário de Saúde, já foi ministro, é médico, é um estudioso das drogas, está expondo uma falsidade que vemos muito na mídia, e por isso quero alertar vocês. É sobre o tal canabidiol. Não existe isso de “plantar maconha em casa só para uso medicinal”. O canabidiol, que é um dos componentes das substâncias da maconha, já foi isolado em laboratório, já está na farmácia. O tal óleo de maconha que estão querendo tem todas as substâncias do cigarro de maconha, segundo o deputado e doutor Osmar Terra. Então é papo furado essa história de “uso medicinal” da maconha. Basta ir à farmácia que já existe canabidiol separado, isolado, e de fato tem algum efeito, segundo Osmar Terra, em epilepsias e doenças raras. (Dinheiro para índios precisa ser bem aplicado para não virar ajuda permanente)

Falei outro dia do dinheirão que o União Brasil recebe, e da briga interna no partido que certamente é por causa disso: R$ 1,258 bilhão entre os dois fundos, o partidário e o eleitoral. É muito dinheiro, ainda que não venha todo ano, porque o fundo eleitoral só existe em ano de eleição. Mas esse dinheiro todo vem dos pagadores de impostos, do suor de cada um. E não é só isso: o presidente Lula emitiu uma medida provisória criando um crédito especial de R$ 1 bilhão para ajudar os yanomamis. Esse dinheiro também vai sair dos nossos impostos, e fico pensando que isso tem de ser bem aplicado para não ser preciso repetir todo ano. Façam uma vila, botem uma usina geradora de eletricidade, as pessoas passam a morar em casas, a ter geladeira, máquina de lavar roupa, como outras comunidades indígenas em Roraima já têm, segundo um cacique me contou.

Por que não? Os yanomamis não são brasileiros como nós? E isso vai protegê-los melhor, a criança não ficará em um barraco rudimentar respirando fumaça de fogueira para se esquentar à noite naquelas altitudes. Por que não? Conforto para todo mundo, como disse uma deputada que é indígena. Por que eles têm que fazer suas necessidades no chão e não em um vaso sanitário, com um sifão para isolar?

E dinheiro não deve faltar. Sete comunidades indígenas já estão com tudo encaminhado, quase indo para a instância final, pedindo R$ 10 bilhões por danos morais pela hidrelétrica de Belo Monte. Dinheiro do seu e do meu imposto. Nós pagaremos imposto a vida toda, mas não teremos bom serviço público de hospital, de escola, de segurança pública, porque esse dinheiro está indo todo para outro lugar. Não é que dinheiro para os índios seja perdido, mas tem de ser bem aplicado para que não haja mais essa necessidade, não haja mais essa carência, ou não haja ONGs por trás disso, mobilizando indígenas para nadar no dinheiro depois.


Alexandre Garcia – Foto: Pixabay – Gazeta do Povo




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