Para quem acompanha essa crise
instalada além mar, que tem levado os produtores rurais a marcharem contra os
centros urbanos, o problema é grave e ameaça se alastrar para outras partes,
inclusive para o Brasil. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea), a crise europeia poderá envolver a economia brasileira num
círculo de desaquecimento tão intenso, que poderá se propagar para o mercado de
trabalho, levando a uma diminuição da renda, do desemprego em muitas áreas, com
piora inclusive na atividade industrial.
São, ao todo, onze países que já
aderiram aos protestos. Ao que parece, a paciência dos agricultores europeus
acabou. Fronteiras entre vários países da Europa foram bloqueados por
manifestantes, tratores, colheitadeiras, caminhões e outros veículos, impedindo,
seriamente, o fluxo de pessoas e mercadorias, afetando a economia interna
desses países. Portugal, Espanha, Grécia, Holanda, França, Bélgica, Alemanha,
Polônia, entre outros países vivem dias de caos, com tratores, vindos dos
campos e ocupando os centros das principais capitais, promovendo o que parece
ser a maior manifestação coletiva já vista em toda a Europa.
No centro das discussões, estão
os acordos feitos por vários governos dentro da União europeia e que vêm
prejudicando seriamente os agricultores desses países. Com os acordos na UE,
vieram os aumentos nos custos da produção que deram um salto para cima, embora
o valor das mercadorias tenha caído.
Por outro lado, as importações
de alimentos dispararam, principalmente vinda de países como o Brasil. Mesmo
diante destes distúrbios, a União Europeia segue firme em sua narrativa de
regular a produção local, por conta, dizem, das mudanças climáticas. Os
agricultores locais acusam a UE de interferir na produção do campo e de
facilitar a concorrência com produtos vindos de fora do continente.
O agro em todo o mundo sempre
esteve na mira dos governos, sendo taxado e colocado sob regime de controle. No
Brasil, essa situação não é diferente, com o atual governo acusando os
produtores de atividades fascistas e outras queixas sem lastro na verdade.
Poucos dias atrás, a bancada do agro no Congresso criticou as homenagens
prestadas pelos governistas aos 40 anos do MST, um inimigo declarado do
agronegócio nacional.
Enquanto na Europa os
agricultores pedem que sejam interrompidos os acordos feitos com o Mercosul, no
Brasil, os produtores rurais querem que o governo mantenha, ao menos, uma
posição de não interferência nas atividades econômicas, respeite a propriedade
privada e não incentive a invasão de terras por grupos a ele ligados. ( vídeo ~~~)
Orgulho&Preconceito: Confissão dada pelo senador Jaques Wagner do momento em que se sente mais constrangido na vida. É quando vê a habilidade dos netos com os eletrônicos.