O senador Izalci Lucas vai assumir oficialmente a
condição de bolsonarista. Ele já vinha intensificando o discurso de oposição ao
governo Lula e agora acertou a filiação ao PL.
A mudança foi definida em reunião ontem com a
presença da presidente regional do PL, deputada Bia Kicis, e do presidente
nacional, Valdemar Costa Neto. Ficou acordado que o ingresso à sigla
ocorrerá em uma grande festa com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro, da
ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e de todos os deputados e senadores do
partido.
Sob o comando de Bia Kicis: Os dirigentes do
PL estão fazendo a maior questão de ter Izalci como filiado, o que aumentará a
bancada da legenda no Senado.. Mas, no PL, Izalci perde autonomia de voo. O
ex-presidente Jair Bolsonaro tem suas preferências no Distrito Federal. É o
caso da deputada Bia Kicis e também de Michelle Bolsonaro, que pode concorrer a
um mandato de senadora. Bia também é cotada para o Senado.
Além das duas, há uma boa relação com a
vice-governadora Celina Leão (PP), que está no páreo para disputar o Palácio do
Buriti e deve assumir o governo em 2026 por nove meses, se o governador Ibaneis
Rocha se candidatar ao Senado.
Manifesto: Entre as ações de apoio a
Bolsonaro, Izalci assinou ontem o manifesto contra o inquérito das fake news,
em curso no STF.
Influência: Apesar de deixar o PSDB, o senador
Izalci Lucas mantém influência nesse partido, já que o presidente regional é
Sergio Izalci, filho do parlamentar.
Dobradinha: Entre os aliados de Izalci, o
projeto é que o senador dispute uma vaga ao Senado ao lado de Michelle
Bolsonaro, de forma que ele receba o segundo voto dos eleitores da
ex-primeira-dama. Mas ninguém duvida que Ibaneis Rocha, caso decida mesmo
concorrer ao Senado, será um candidato forte.
Cautela: Izalci tem tratado a mudança de
partido com cautela. Não quer desagradar aos tucanos e nem criar arestas com o
novo partido. Aliás, ele fechou a filiação no dia em que o ex-presidente Jair
Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal por falsificação do cartão de
vacinas.
Erros e acertos: Há um ditado segundo o qual crítica se faz no
privado e elogio, em público. Não é clichê. É uma conduta de liderança. É
louvável a preocupação do presidente Lula com o aumento de casos de dengue e
com as mortes dos ianomâmis. Mas a bronca que arrancou lágrimas da ministra da
Saúde, Nísia Trindade, não foi uma boa atitude. Ficou parecendo uma medida
feita para vazar e mostrar indignação. Acertou no mérito e errou na forma.