Quem mais poderia saber o que é
bom para os trabalhadores, senão eles mesmos? Com uma questão clara como essa,
dita de forma simples e direta, fica patente que quaisquer outros
intermediários ou tutores que venham interferir nas relações de trabalho entre
motoristas e entregadores e os aplicativos, não são bem-vindos. A razão,
confessada pelos próprios profissionais que trabalham nesses nichos é simples:
para eles, o governo entra nessa relação para atrapalhar o negócio,
prejudicando e onerando as empresas de tal forma que elas não terão outra
alternativa, senão fecharem as portas e saírem do país, deixando milhares de
trabalhadores sem emprego.
O que o governo não entende e
tende a não aceitar, por questões ideológicas anacrônicas, é que são próprios
do capitalismo tanto a participação aberta da livre iniciativa, quanto a livre
concorrência, ditada pelas forças do mercado. Tentar interferir nessas forças
naturais, por meio do poder do Estado, com regulamentações obtusas e de fundo
ideológico, só faz sentido na mente daqueles que acreditam ainda que o governo
tudo pode, inclusive revogar a lei da gravidade.
O problema é que o atual
ministro do Trabalho, Luiz Marinho, por sua origem sindical ligada ao Partido
dos Trabalhadores, não consegue admitir ou aceitar que uma tão numerosa e
crescente categoria profissional possa existir prescindindo de uma representação
sindical, de preferência ligada às teses políticas do atual governo.
Para os trabalhadores de
aplicativos, o que o ministro e o presidente desejam com a proposta de
regulamentação desse setor autônomo é trazer mais filiados e contribuintes para
as entidades sindicais e para o governo. Alguns políticos, como o presidente do
Partido Novo, Eduardo Ribeiro, a proposta do governo vai, simplesmente,
“aniquilar os aplicativos de transporte em nosso país”. Segundo ele, o projeto
de Lei, encaminhado à apreciação do Congresso em caráter de urgência, vai tirar
o sustento de 778 mil famílias em todo o país, prejudicando, ao mesmo tempo,
plataformas, usuários e trabalhadores.
Por razões que só as esquerdas
entendem, a remuneração com base apenas no desempenho, como fazem os
aplicativos, é inaceitável. Também a persistência com que o governo quer adotar
o pagamento mínimo por hora trabalhada, além de uma contribuição previdenciária
obrigatória, entra nessa modalidade de serviço para melar o negócio. Os
trabalhadores, bem como os aplicativos, deixaram claro também que rechaçam a
criação de sindicatos para a categoria.
Nessa modalidade de prestação de
serviço, o que vale é a boa avaliação do trabalhador, e não leis e regulações
que igualam, por baixo, todos os profissionais, como é comumente imposto pelos
falidos regimes socialistas. A qualidade dos serviços, que sempre foi uma meta
pregada pelas empresas de aplicativos, deixará de existir, piorando os serviços
e desincentivando a performance e o esforço dos bons profissionais.