Além
de serem peças-chave para a competitividade, a tecnologia e a inovação são um
caminho para o desenvolvimento sustentável. Brasília é uma cidade que
concentra pesquisadores e empreendedores cheios de potencial para desenvolver
soluções inovadoras e vem contando cada vez mais com programas de incentivo a
micro e pequenas empresas nas áreas de tecnologia e inovação.
Um
exemplo de startup bem-sucedida que nasceu na Universidade de Brasília (UnB) é
a Krilltech, uma indústria de agrotecnologia que surgiu de uma parceria entre a
Embrapa e a UnB. A empresa produz uma série de produtos baseados em
nanotecnologia para uso no campo, entre eles a Arbolina, um fertilizante que
fornece carbono orgânico e nitrogênio às plantas de forma a aumentar a saúde e
a produtividade delas. "É o produto nanotecnológico agrícola mais avançado
do mundo e é 100% brasileiro. Os insumos que produzimos atuam acelerando o
organismo da planta, que acaba se tornando mais resistente frente a condições
adversas, como eventos climáticos", explica o CEO Marcelo Rodrigues, que
também é professor do Departamento de Química da Universidade de Brasília.
Em
operação desde 2019, a Krilltech foi instalada, a princípio, em Salvador, na
Bahia. "Não é fácil investir em tecnologia. O ICMS lá era mais barato,
assim como mão de obra, aluguel, preço de terreno, entre outros custos",
detalhou Marcelo. "Hoje, as políticas de incentivo melhoraram no DF, que
se tornou um ponto estratégico para a instalação de novas indústrias",
continua. "Conseguimos crescer na base do sangue, suor e lágrimas. Estamos
nos consolidando no mercado e, neste ano, conseguimos fazer a mudança da sede
da empresa para o DF", acrescenta.
Marcelo
destaca ainda que, para ingressar no mercado da inovação, além de ter o
conhecimento necessário para desenvolver novas tecnologias, é preciso uma verve
empreendedora. "Estamos nos consolidando no mercado graças à
complementariedade com os nossos parceiros do Grupo Bugre, que realizam toda
nossa inserção no mercado", afirma.
Aos jovens que pretendem empreender por meio da tecnologia, o CEO da Krilltech aconselha um estudo prévio de mercado. "O mais básico de tudo é o propósito. É preciso ter muito bem definido qual o benefício que a sua tecnologia trará para a sociedade. Para inovar, é preciso humildade. Criam-se muitas soluções para nada. É necessário entender as dores do consumidor", sugere Marcelo Rodrigues.
A
People&Science também surgiu no Centro de Apoio ao Desenvolvimento
Tecnológico da Universidade de Brasília (CDT-UnB), onde hoje é sediada.
"Nos orgulhamos de sermos uma empresa de ciência e tecnologia 100%
brasiliense. As universidades desempenham um papel crucial no desenvolvimento
de startups, pois propiciam um ambiente à inovação e ao empreendedorismo com
aproximação de laboratórios, centros de pesquisas, programas de pós-graduação,
mentoria de professores e acesso a pesquisa e tecnologia de ponta", afirma
Andreanne, sócia-fundadora da empresa com José Roberto. "Nesse contexto,
as ideias se transformam em produtos ou serviços inovadores para a sociedade. A
colaboração entre universidades e startups também impulsiona a transferência de
conhecimento e tecnologia para o mercado, alimentando o crescimento econômico e
a criação de empregos", acrescenta.
A
empresa realiza pesquisa para desenvolvimento de soluções inovadoras, como a
geração de produtos nanotecnológicos com aplicação na saúde, alimentos e
cosméticos. Um dos projetos desenvolvidos pela People&Science é o PepMast,
que está em fase de pesquisa clínica com um novo fármaco para tratamento de
mastite bovina. "Além disso, a People&Science atua em cooperação
científica e tecnológica com outras empresas, como a Cycle Green Technologies,
na construção de uma máquina inédita de reciclagem de plásticos. A empresa, em
conjunto com a UnB, também realiza o evento Inovatec, um congresso científico
aliado a feira de exposição de tecnologias nos temas de saúde, bioeconomia e
sustentabilidade", enumera Andreanne.