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Berço da inovação: Brasília se torna celeiro de startups

Berço da inovação: Brasília se torna celeiro de startups. Por abrigar mentes brilhantes e uma universidade com um Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico, a capital do país tem se tornado um celeiro de startups com potencial para oferecer soluções tecnológicas transformadoras

Além de serem peças-chave para a competitividade, a tecnologia e a inovação são um caminho para o desenvolvimento sustentável. Brasília é uma cidade que concentra pesquisadores e empreendedores cheios de potencial para desenvolver soluções inovadoras e vem contando cada vez mais com programas de incentivo a micro e pequenas empresas nas áreas de tecnologia e inovação. 

Um exemplo de startup bem-sucedida que nasceu na Universidade de Brasília (UnB) é a Krilltech, uma indústria de agrotecnologia que surgiu de uma parceria entre a Embrapa e a UnB. A empresa produz uma série de produtos baseados em nanotecnologia para uso no campo, entre eles a Arbolina, um fertilizante que fornece carbono orgânico e nitrogênio às plantas de forma a aumentar a saúde e a produtividade delas. "É o produto nanotecnológico agrícola mais avançado do mundo e é 100% brasileiro. Os insumos que produzimos atuam acelerando o organismo da planta, que acaba se tornando mais resistente frente a condições adversas, como eventos climáticos", explica o CEO Marcelo Rodrigues, que também é professor do Departamento de Química da Universidade de Brasília.

Na época de sua concepção, a Krilltech foi pré-incubada no Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT) da UnB, que visa apoiar empresas nascentes que representam o que a universidade produz de mais sofisticado em ciência, tecnologia e inovação. Após o lançamento da empresa, o CDT lançou a Fábrica de Spin-Offs. "A ideia surgiu pelo sucesso da KrillTech, que atualmente é considerada um unicórnio no setor agrícola. A Fábrica de Spin-offs surge para replicar a metodologia utilizada na época, visto que, sem esse apoio, a KrillTech não existiria. Apoiamos empresas com DNA universitário", esclarece Victor Seabra Dornas, coordenador de relações institucionais do CDT/UnB, um dos idealizadores da iniciativa. "As spin-offs são projetos empresariais de alto risco e grande potencial de impacto social positivo. Elas surgem para resolver questões sociais relevantes com muita criatividade e espírito científico. É sobre o direcionamento qualificado dos recursos intelectuais das novas gerações", completa.

Em operação desde 2019, a Krilltech foi instalada, a princípio, em Salvador, na Bahia. "Não é fácil investir em tecnologia. O ICMS lá era mais barato, assim como mão de obra, aluguel, preço de terreno, entre outros custos", detalhou Marcelo. "Hoje, as políticas de incentivo melhoraram no DF, que se tornou um ponto estratégico para a instalação de novas indústrias", continua. "Conseguimos crescer na base do sangue, suor e lágrimas. Estamos nos consolidando no mercado e, neste ano, conseguimos fazer a mudança da sede da empresa para o DF", acrescenta.

Marcelo destaca ainda que, para ingressar no mercado da inovação, além de ter o conhecimento necessário para desenvolver novas tecnologias, é preciso uma verve empreendedora. "Estamos nos consolidando no mercado graças à complementariedade com os nossos parceiros do Grupo Bugre, que realizam toda nossa inserção no mercado", afirma.

Aos jovens que pretendem empreender por meio da tecnologia, o CEO da Krilltech aconselha um estudo prévio de mercado. "O mais básico de tudo é o propósito. É preciso ter muito bem definido qual o benefício que a sua tecnologia trará para a sociedade. Para inovar, é preciso humildade. Criam-se muitas soluções para nada. É necessário entender as dores do consumidor", sugere Marcelo Rodrigues.

Saúde e tecnologia: O contexto da pandemia da covid-19 e a necessidade de disseminação de conhecimento com rigor científico na época de propagação de fake news levou a biomédica e doutora em ciências médicas Andreanne Vasconcelos a fundar, junto com o pós-doutor em química sustentável José Roberto Leite, a startup People&Science, uma empresa de base tecnológica que atua com pesquisa, desenvolvimento e inovação para a geração de novos produtos e tecnologias na área de saúde humana e animal.

A People&Science também surgiu no Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (CDT-UnB), onde hoje é sediada. "Nos orgulhamos de sermos uma empresa de ciência e tecnologia 100% brasiliense. As universidades desempenham um papel crucial no desenvolvimento de startups, pois propiciam um ambiente à inovação e ao empreendedorismo com aproximação de laboratórios, centros de pesquisas, programas de pós-graduação, mentoria de professores e acesso a pesquisa e tecnologia de ponta", afirma Andreanne, sócia-fundadora da empresa com José Roberto. "Nesse contexto, as ideias se transformam em produtos ou serviços inovadores para a sociedade. A colaboração entre universidades e startups também impulsiona a transferência de conhecimento e tecnologia para o mercado, alimentando o crescimento econômico e a criação de empregos", acrescenta.

A empresa realiza pesquisa para desenvolvimento de soluções inovadoras, como a geração de produtos nanotecnológicos com aplicação na saúde, alimentos e cosméticos. Um dos projetos desenvolvidos pela People&Science é o PepMast, que está em fase de pesquisa clínica com um novo fármaco para tratamento de mastite bovina. "Além disso, a People&Science atua em cooperação científica e tecnológica com outras empresas, como a Cycle Green Technologies, na construção de uma máquina inédita de reciclagem de plásticos. A empresa, em conjunto com a UnB, também realiza o evento Inovatec, um congresso científico aliado a feira de exposição de tecnologias nos temas de saúde, bioeconomia e sustentabilidade", enumera Andreanne.


Mila Ferreira – Fotos: Divulgação - Kayo Magalhães/CB/ - Correio Braziliense




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