A
catástrofe no Rio Grande do Sul deveria, em tese, mostrar que em momentos como
esse disputas políticas e ideológicas pouco importam, afinal há milhares de
pessoas necessitando de ajuda. Na prática, a esquerda infelizmente transformou
uma tragédia em ações de marketing e propaganda política.
Claro
que não foi com essa intenção, mas é incrível como a postagem de uma
“jornalista” resumiu bem o que o Governo Federal está fazendo em meio à crise
no RS: “Desconfie de quem diz estar fazendo o bem filmando sua própria suposta
bondade o tempo inteirinho”. Não só estamos desconfiando, como está claro que,
para os governistas, ajudar a população do sul do país está longe de ser o
primeiro plano.
Com
a mesma e velha história de um suposto combate às fake news, Paulo Pimenta
pediu a investigação de postagens que teriam notícias falsas sobre ações no
estado gaúcho, o que foi acatado pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
Só não entenderam que, se para eles há dificuldades de interpretação sobre o
que é mentira e o que é censura, para nós, não.
Usar
esse pretexto para calar opiniões e constatações, simplesmente por não serem
elogios ou palavras que os agradam, além de gravíssimo é uma vergonha, pois até
em momentos de calamidade, os tiranos não deixam de lado a perseguição
ideológica. Estamos em uma “democracia” em que o permitido, sendo verdade ou
não, é o que agrada o ego de quem só quer elogios, mesmo não merecendo.
A
estratégia lulista para levantar a narrativa de que o Estado está trabalhando
muito é tão precária que nem mesmo os que vivem de bajular o atual presidente
estão se arriscando a atravessar essa linha, pois ficou difícil defender o
indefensável. Recentemente, enfim conseguiram elogiar os voluntários que estão
fazendo um trabalho árduo, mas o incômodo que mostraram contra o “civil salva
civil” não será esquecido.
Estamos
em uma “democracia” em que o permitido, sendo verdade ou não, é o que agrada o
ego de quem só quer elogios, mesmo não merecendo
No
mundo paralelo do PT, forçar uma comoção exagerada, postar um vídeo sorrindo
enquanto pessoas trabalham e posar para fotos em um avião com cestas básicas
criteriosamente espalhadas em cada poltrona da aeronave – que não comporta 900
toneladas mas neste caso se resolve com uma errata – sinaliza algum tipo de
virtude ou colabora com a boa imagem. Ainda não entenderam que o Brasil é
enorme e não se restringe ao que pensam no Palácio do Planalto. Na verdade até
entenderam, mas preferem continuar com o teatro humanitário e silenciar os que
não aplaudem as cenas.
Lula
continua perdido. A todo tempo precisa mencionar e reforçar sua crença em Deus
para tentar enganar o público cristão e diante do que aconteceu no sul não foi
diferente. Seu principal inimigo continua sendo ele próprio, já que mesmo que
de forma efetiva a esquerda não represente classes específicas ou minorias, há
a necessidade de seguir a cartilha e ao menos tentar mostrar o contrário.
O
resultado disso foram falas como: “eu falei para a Janja no domingo que é
impressionante. Eu não tinha noção que aqui tinha tanta gente negra. E ela me
falou que são os mais pobres” ou “máquinas de lavar são muito importantes para
as mulheres”; e a cereja do bolo em “quando vai fechar a porteira?”. Não
gostou? Aceite, afinal nunca há preconceito ou ataques se o interlocutor é
progressista. São apenas gafes. Intermináveis, porém somente gafes. Para quem
acha que Paulo Pimenta nunca acerta, o fato dele preferir usar o celular
enquanto seu chefe discursa serve para mostrar que há uma primeira vez.
Comparando
os discursos que reconhecem e elogiam o voluntariado com aquele que diz que a
“mãe Terra está limpando o sul”, como dito por uma assessora de um deputado do
PSOL, não é difícil escolher qual defender, mesmo que tentem te convencer que a
fala antidemocrática seja aquela que carrega verdades e não ódio contra os
sulistas. Mesmo que não seja unanimidade, a grande maioria do Brasil reconhece
quem de fato está reportando os acontecimentos e ajudando aqueles que
necessitam, sem colocar a própria imagem em primeiro lugar. Não será a tirania
nem o discurso encenado de emissoras com cada vez menos credibilidade que
mudarão isso.