A
“pátria educadora” é uma gracinha. Vai ensinar direitinho como todos devem se
comportar. O Estado “pai de todos”, tutor é tão lindo... Vai deixar bem claro o
que é mentira, o que é verdade, o que é discurso extremista, discurso de ódio.
Vai estabelecer o que é opinião e o que não é, o que é crítica e o que não é, o
que é liberdade de expressão e o que é agressão, o que é debate e o que não é.
O Estado vai nos pegar pela mão, vai nos ensinar como devemos nos comportar nas
redes sociais, vai nos salvar, vai nos proteger.
Ele
está na trincheira por nós, está no combate por nós, e devemos lhe agradecer.
Obrigado, Advocacia-Geral da União. Quanto bem vai nos proporcionar a
Procuradoria Nacional da União em Defesa da Democracia... Obrigado, Tribunal
Superior Eleitoral, pelo Centro Integrado de Enfrentamento à Desinformação e
Defesa da Democracia. Obrigado, Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
O portal “Ódio ou Opinião” vai nos transformar no país da liberdade e do amor.
Muito obrigado.
Democracia
é quando eu mando, ditadura é quando mandam em mim. Os que estão no poder
pensam assim. O ódio deles é do bem, é tão lindo
Talvez
já tenham proibido a ironia e o sarcasmo... Não para todo mundo, claro. Falam
tanto em democracia, em democracia, mas que país democrático tem um aparato
desses? A União Soviética, da KGB, tinha. A República Democrática da Alemanha,
da Stasi, a comunista, tinha. A República Popular Democrática da Coreia, a
comunista, tem... A República Democrática do Congo também. Falar sem parar em
democracia, muitas vezes, é como odiá-la. Falar em “democracia relativa” é o
mesmo que condenar a democracia de verdade.
Democracia
é quando eu mando, ditadura é quando mandam em mim. Os que estão no poder
pensam assim. O ódio deles é do bem, é tão lindo. A eles é permitido perseguir
opositores, proibir críticas e opiniões de que não gostem. “Contribuir para o
debate público” é não debater, é se submeter àquilo que os poderosos consideram
verdade, discurso civilizado... Eles, obviamente, podem querer “ferrar” os
outros. Eles podem sentir repulsa, ojeriza, raiva... Os outros que não se
atrevam.
Então,
nem pense em odiar quem faz de tudo para ajudar corruptos e corruptores, quem
gerou a pior crise econômica da história do Brasil e agora age, com todas as
forças, por um novo desastre. É proibido ter asco de quem prega a ineficiência,
o atraso, ideias que comprovadamente não dão certo. Não, ninguém pode odiar
quem não assume a culpa por nada, e xinga e acusa os outros, quem vive criando
bodes expiatórios, quem erra, ao que tudo indica, de propósito.
Querem
que seja loucura odiar quem chama um bebê no ventre da mãe de “monstro”, quem
condena o costume, a família, o patriotismo, quem defende bandidos,
terroristas, quem odeia o que é certo. Não aceitam que ninguém fique indignado,
se o Brasil é entregue a uma aliança pela destruição, com Rússia, Coreia do
Norte, Irã, Hamas, Cuba, Venezuela, Nicarágua... Não podemos odiar os odiosos,
quem faz de tudo para provocar ódio. Não podemos odiar o redentor “ministério
da verdade”.
Não
podemos? Será? Não há nada que se aproveite em nenhum tipo de ódio? Ele não
pode ser um aviso, um alerta contra a violação de limites, de valores
fundamentais, contra a calamidade, a tragédia, o perigo? Ele não pode conduzir
a soluções assertivas, inadiáveis, dentro da lei? Nós podemos, sim, odiar o
pecado. Deus odeia o pecado, e de nós é sempre cobrada essa aversão. Está em
Isaías: “Porque eu, o Senhor, amo a justiça e odeio o roubo e toda maldade”.