Arrecadação recorde significa mais dinheiro tirado do brasileiro
Nunca
na história deste país nós, brasileiros, pagamos tantos impostos, tributos e
taxas federais quanto neste ano. Mais exatamente, nós desembolsamos do nosso
trabalho R$ 1,1 trilhão só nos primeiros cinco meses do ano. Foi o que pagamos
em tributos federais até 31 de maio. Descontada a inflação, foi quase 9% acima
do que pagamos nos cinco primeiros meses do ano passado. É um recorde
histórico.
Lula
evita comentar decisão do STF sobre drogas: Enquanto isso, o presidente Lula
deu mais uma entrevista e o dólar passou dos R$ 5,50. Mas ele se esquivou de
falar sobre drogas. O Supremo decidiu, na quarta-feira, que se a pessoa estiver
com até 40 gramas será considerado usuário. Houve divergência, Fux disse que
não acredita nisso e Dino defendeu 25 gramas, mas prevaleceram as 40 gramas.
Agora as delegacias precisarão ter balança para conferir. E o sujeito não
poderá estar com cadernetinha de clientes no bolso, nem com a balancinha
escondida na esquina, nem com o dinheirinho das vendas. Mas isso não é
problema, agora pode vender por Pix. O STF só fez a ressalva de que esse limite
está valendo até que o Poder Legislativo decida – está lá, inclusive, um projeto
de emenda constitucional considerando crime a posse de qualquer quantidade de
qualquer droga.
Tudo
que Lula disse é que esse é um assunto da ciência, que é a ciência que vai
decidir sobre as drogas. Ele não quer falar disso em entrevistas porque é ano
eleitoral. Não quer desagradar os maconheiros, os drogados, nem os viciados,
mesmo que a maioria não seja nada disso. Mas, além da ciência, é assunto da
economia também. O deputado Osmar Terra já avisou que empresas multinacionais
estão doidinhas para investir em maconha aqui no Brasil. Empresas que vêm pelo
caminho da nicotina. Também é questão para o Estado. Lula tem de pensar nas
famílias que precisam de apoio do Estado para recuperar, para tratar quem caiu
no vício. Precisam do Estado para evitar a droga, para reprimir a droga, para
pegar o traficante, para não deixar a droga entrar no país nem ser cultivada.
Mas Lula lavou as mãos.
Lula
lavou as mãos, mas o papa Francisco falou o que tinha de ser falado: Até o
papa falou disso. Eu tinha conversado com o presidente da CNBB, o arcebispo de
Porto Alegre, dom Jaime Spengler, na segunda-feira, quando ele estava
embarcando para o Vaticano. E com certeza houve influência de dom Jaime, que
estava muito triste após Luís Roberto Barroso ter dito que ele estava
desinformado. Mas não estava: dom Jaime sabe que essa decisão do Supremo
representa a liberação das drogas.
E
o papa Francisco, na quarta – por coincidência, Dia Internacional Contra o
Tráfico de Drogas – falou: “tendo conhecido tantas histórias de dependentes e
suas famílias” – e dom Jaime conhece essas histórias – “estou convencido de que
é dever moral acabar com a produção e tráfico” de drogas. E mais, disse o papa:
“a redução da dependência das drogas não será alcançada através da liberação de
entorpecentes”. Perfeito. Já aqui, no Brasil, agora não é crime o porte para
uso pessoal. Se vender droga é crime hediondo, como é que quem compra não
comete crime? Compra e venda necessitam de dois lados. Se a venda é criminosa,
a compra necessariamente será criminosa. Inclusive porque, se não houver
comprador, não haverá nem compra, nem venda.