Esta quinta-feira (20) o inverno teve início no
hemisfério sul. No Distrito Federal, a chegada da estação é marcada por
temperaturas mais frias, clima seco e estiagem. Para preservar o Cerrado em um
período em que acontecem mais situações de incêndios florestais, a Operação
Verde Vivo (OPVV) 2024 entrou em uma nova fase, em que os trabalhos são
intensificados. A nova etapa foi apresentada em solenidade durante a tarde na
Praça do Buriti, em frente ao Palácio do Buriti.
“Essa operação já vem acontecendo, só que mais na parte preventiva. Agora que está aumentando a seca e serão intensificadas as queimadas, a gente vai ter que trabalhar de forma mais atuante no combate em si. Nessa fase nós vamos nos colocar à disposição do combate ao incêndio florestal de forma que a gente tenha o mínimo de dano possível à natureza”, explicou o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), Sandro Gomes. Nos períodos mais críticos, os bombeiros chegam a receber 300 ocorrências por dia. (Vídeo ~~~)
“As nossas atividades começaram no mês de março com
a conscientização da população e aproximação dos órgãos do Distrito Federal que
trabalham com a preservação do meio ambiente. Nesse momento, está se iniciando
o período mais crítico de estiagem e estaremos com força máxima”, revelou o
comandante do Grupamento de Proteção Ambiental da CBMDF, tenente coronel Daniel
Saraiva. “Aqui vale destacar a participação do cidadão que é a nossa maior
fonte de informação. Além disso, fazemos o monitoramento via satélite e as
rondas nas aeronaves no período mais crítico, às 10h e às 13h”, acrescentou.
Para poder contar com 500 militares na operação, o
Corpo de Bombeiros capacitou a categoria com curso de formação especializada de
oito semanas e requalificou bombeiros que já tinham especialização em incêndio
florestal. Além disso, a corporação conta com novas ferramentas de combate e
empregará mais viaturas para transporte de água durante toda a operação.
Emergência
ambiental: “A Operação Verde Vivo é
fundamental para que a gente faça a prevenção e o combate aos incêndios
florestais no DF. Os Bombeiros são grandes parceiros do Ppcif”, destacou o
secretário de Meio Ambiente e Proteção Animal (Sema), Gutemberg Gomes. “O DF já
sofre com as emergências climáticas e com os efeitos da La Niña [fenômeno
natural oposto ao El Niño que gera mudanças significativas nos padrões de
precipitação], então a perspectiva é de termos um tempo mais seco, o que
propicia mais incêndios”, completa.
O titular da pasta disse que, por isso, a Sema faz
blitzes educativas e o monitoramento de locais de risco nas áreas rurais.
Gutemberg Gomes também lembrou que o governador Ibaneis Rocha prorrogou este
ano o decreto de emergência ambiental no Distrito Federal o que possibilitou a
preparação dos órgãos que compõem o Sistema Distrital de Prevenção e Combate
aos Incêndios Florestais que executa o Plano de Prevenção e Combate aos
Incêndios Florestais do Distrito Federal (Ppcif) para otimizar recursos humanos
e materiais em relação às queimadas.
Encabeçado pela Sema, o grupo conta com o Jardim
Botânico de Brasília (JBB), o Instituto Brasília Ambiental, a Defesa Civil, o
Corpo de Bombeiros Militar, a Polícia Militar, a Secretaria de Saúde (SES), a
Fundação Jardim Zoológico de Brasília, a Companhia Urbanizadora Nova Capital
(Novacap), a Companhia Ambiental de Saneamento do Distrito Federal (Caesb), o
Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Secretaria de Agricultura, Abastecimento e
Desenvolvimento Rural (Seagri), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
do Distrito Federal (Emater-DF), Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF) e
administrações regionais, além do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais (Ibama), do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio), do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), da
Universidade de Brasília (UnB), da Marinha, da Aeronáutica e do Exército.
Conscientização
da população: Apesar do
clima do Distrito Federal ser propício, a ação humana é responsável por 90% dos
incêndios florestais. As principais causas são queimas de plantios, pastagens e
de lixo, atos de vandalismo, fogueiras e acidental. Por isso, a corporação
orienta que a população evite queimadas e em caso de necessidade ou focos de
incêndio entre em contato pelo 193.