Um
jogo pilhado nas quatro linhas, mas sem nenhuma efetividade esportiva no
gramado. Assim pode ser definida a postura da Seleção Brasileira, nesta
terça-feira (2/7), na despedida da fase de grupos da Copa América de 2024
contra a Colômbia. Mesmo diante da necessidade de ganhar e garantir um
confronto mais leve (na teoria) nas quartas de final, o time do técnico Dorival
Júnior mostrou poucas alternativas. O empate por 1 x 1, no Levi's Stadium, em
Santa Clara, na Califórnia, colocou a equipe verde a amarela na rota do
Uruguai. Destaque do Brasil, Vinicius Junior cumprirá suspensão.
Diante
de uma rivalidade crescente em âmbito continental, brasileiros e colombianos
protagonizaram um duelo com entradas ríspidas e discussões nos mais diversos
tipos de jogadas. Bem postadas defensivamente, as duas equipes dificultaram as
transições ofensivas no terço final do gramado. Em meio a algumas boas
intervenções, os goleiros Alisson e Vargas não foram muito exigidos por
astros como Vinicius Junior, Luiz Dias, Rodrygo e James Rodriguez.
Um
gol para cada lado: O apito inicial do árbitro Jesús Valenzuela
ativou o modo pilhado da Seleção Brasileira. Nos primeiros três minutos, a
equipe nacional cercou a área da Colômbia e indicou uma proposta ofensiva.
Conforme a Colômbia entendeu o jogo, o duelo passou a ter equilíbrio. Na bola
parada, o Brasil se sobressaiu. Raphinha cobrou falta com extrema categoria e
marcou um golaço. O time tupiniquim não anotava um tento do tipo desde 19 de
novembro de 2019, com Philippe Coutinho.
Vazada,
a Colômbia se jogou ao ataque. Sánchez colocou a bola na rede em
cruzamento de James Rodríguez, mas o lance terminou impugnado por impedimento
após longa intervenção do VAR. Depois de uma sequência de amarelos — dois para
cada lado —, a arbitragem reapareceu, mas de maneira negativa. Vini Jr foi
derrubado por Muñoz, mas Valenzuela sequer recebeu o chamado para chegar o
lance no monitor de vídeo. O camisa sete, inclusive, é um dos punidos com
cartão e não jogará contra o Uruguai.
Pouco
depois, os colombianos ensaiaram o empate. Alisson errou na saída de bola e
entregou a bola nos perigosos pés de Luis Diaz. O camisa sete finalizou e o
goleiro brasileiro se recuperou. No lance seguinte, a trama ofensiva não deu
errado. James Rodríguez deu passe de maestro no meio da marcação tupiniquim e
colocou Muñoz em liberdade na grande área. O lateral finalizou de chapa e
estufou a rede verde e amarela, mudando os rumos do jogo.
Queda
de desempenho: Após o intervalo, o Brasil desandou de vez. Dorival Júnior
apostou por modificar a equipe e acionar Andreas Pereira. No entanto, a mudança
não teve efeitos na postura da Seleção. Satisfeita com o empate da liderança, a
Colômbia observava as intenções brasileiras na missão de controlar os ânimos e
sofrer pouco. Deu certo. De falta, Raphinha até tirou tinta da trave
de Vargas na única finalização perigosa do time de Dorival Júnior em 30
minutos de segundo tempo.
A
Colômbia não ameaçava Alisson de maneira efetiva. No entanto, fechava bem a
defesa e tinha total controle das ações com a bola rolando. Conforme o Brasil
se abriu, as chances de matar o jogo surgiram em profusão. Na melhor
delas, Luis Díaz deu passe no meio da grande área adversária e
encontrou Rafael Borré. Livre, o atacante do Brasil pegou muito embaixo e
mandou por cima do travessão. Nervosos diante da necessidade de resolver, os
brasileiros reclamavam efusivamente de qualquer lance não assinalado pela
arbitragem.
Para
os colombianos, quanto mais rápido o cronômetro corresse, melhor. O
técnico Néstor Lorenzo guardou a maioria das substituições para os minutos
finais de bola rolando. Tirado do banco por Dorival apenas depois dos 40
minutos, Endrick praticamente não foi acionado em condições de mudar o destino
do Brasil na Copa América. Houve uma última chance. Andreas Pereira tentou de
longe e Vargas efetuou grande defesa. Naquela altura, diante da sequência
de erros técnicos do time verde e amarelo, o destino das duas seleções estava
traçado. O apito final apenas confirmou.
Caminho
duro: Líder do Grupo D da Copa América com sete pontos conquistados, a
Colômbia vai encarar o Panamá, segundo colocado da Chave C. Se o Brasil tivesse
vencido, teria justamente esse adversário na sequência da competição nacional.
O caminho tupiniquim, no entanto, será muito mais duro. No sábado (7/6), o time
de Dorival Júnior pegará o Uruguai, às 22h. Além do adversário cascudo, a
equipe nacional vai às quartas com uma certeza: a necessidade de evolução
imediata para retomar o sonho de título.