O presidente Lula nunca conseguiu enganar
ninguém, a não ser os que acreditam nele, com a velha tapeação de que tem “um
projeto de país” para o Brasil. Ele já está em seu terceiro mandato
presidencial e até agora, 21 anos depois de entrar no Palácio do Planalto, nada
de projeto. Será que Lula e seus conselheiros ainda estão estudando o assunto?
Ninguém leva tanto tempo assim para fazer um plano – e, de fato, não existe
plano nenhum para ser executado.
A verdade é muito simples. O único “projeto de
país” que o presidente Lula tem é aumentar impostos. “Governo”, para ele, é a
Receita Federal, e “governar” é tirar o máximo possível de dinheiro do bolso da
população para enriquecer “o Estado” ou, no mundo das realidades, as pessoas
físicas e jurídicas que mandam na máquina pública do Brasil.
O gato gordo, no máximo, empurra para cima do
primeiro infeliz que lhe passa na frente o imposto que o governo alega estar
cobrando dele. Quem paga mesmo, e sofre no bolso com imposto, é a população que
trabalha e produz
Em um ano e meio na Presidência, Lula só fez uma
afirmação coerente em matéria de política econômica: eu vou fazer o possível e
o impossível para socar mais impostos em cima do cidadão deste país. Ele não
diz “cidadão”. Diz “ricos” – mas ainda não nasceu no Brasil, e nunca vai
existir em nenhum governo Lula, um só rico que sente o chicote do Fisco lhe
doer de verdade no lombo.
O gato gordo, no máximo, empurra para cima do
primeiro infeliz que lhe passa na frente o imposto que o governo alega estar
cobrando dele. Quem paga mesmo, e sofre no bolso com imposto, é a população que
trabalha e produz. Lula simplesmente não entende que possa ser diferente. A
única função lógica de um povo, pela sua compreensão das coisas, é passar a
vida sustentando o governo. Se não for para isso, para que o povo?
Lula e o seu sistema falam que têm de fazer “gastos
sociais”, que segundo ele “não são gastos”. É óbvio que são gastos – o que não
são é “sociais”, pois basicamente se trata de um programa de esmolas pagas pelo
Erário e destinadas a manter sempre completo o estoque de miseráveis que ele
explora há 40 anos em benefício próprio. Falam, também, na extrema necessidade
de fazer “investimento público” – mas aí a conversa não tem nada a ver nem com
investimento e nem com o interesse do público, e sim com outras coisas que você
bem sabe quais são.
O fato real é que o Brasil é um dos países onde
mais se paga imposto no mundo – e onde o presidente diz que “ninguém paga
imposto”. Numa de suas últimas exortações sobe o tema, afirmou que antes de se
pensar em cortar gastos do governo, é preciso se pensar em aumento de imposto
para pagar esses gastos.
O Brasil, desde a posse de Lula, deixou de ter uma
política econômica. Tem, no lugar disso, um programa de atendimento às
exigências da Receita Federal. O verdadeiro Ministério da Economia, hoje, é o
Fisco; o ministro oficial, Fernando Haddad, virou piada de internet, onde faz
sucesso como o “Taxadd”, ou o “Rombo Cop”, ou “Taxa Humana” – num país que tem
os estados de “Taxa Grande do Norte” e de “Taxa Grande do Sul”, além de
“Taxambuco”, Taxas Gerais” e “Santa Taxarina”.
Nada representa tão bem este habitat quando a
formidável declaração do secretário de Reforma Tributária do Ministério da
Fazenda em defesa da cobrança de imposto sobre os fundos de previdência
privada. É o tipo da alucinação fantasiada de rigor econômico progressista.
Previdência privada, em qualquer sistema racional de poupança, é coisa que os
governos pedem a Deus: sem um tostão de custo para o Erário, o cidadão tira do
próprio bolso o dinheiro vai servir para reforçar a sua aposentadoria no
futuro.
Não há um único e escasso rico sobre a face da
Terra que tenha plano de aposentadoria particular. É o exato contrário – serve
para quem não tem fortuna pessoal e vai receber uma aposentadoria pública
insuficiente para um fim de vida razoavelmente digno. Mas o governo Lula,
indignado, denuncia esses planos de previdência, ora isentos de tributação,
como um abuso de milionários para “ganhar e não pagar imposto”.
É falso. A pessoa já pagou 27,5% de imposto de
renda, fora o resto, ao receber o dinheiro de onde tirou as contribuições. É
estelionato, porque viola contratos que já estão feitos. É estúpido, pois
alivia a Previdência Social e serve de estímulo à poupança. Mas é a cara do
governo Lula.