As semelhanças entre Venezuela e Brasil são cada vez
mais impressionantes e geram grande desconforto à esquerda brasileira.
Parafraseando Tolstoi, cada democracia é feliz à sua maneira, mas toda ditadura
se parece. A perseguição aos opositores, a censura imposta pelo estado, o
aparelhamento do Judiciário, o pretexto de combater os "fascistas",
tudo isso configura um repertório comum e imitado em toda tirania socialista.
O vereador de Curitiba pelo Novo, Rodrigo Marcial, que
é professor de Direito, ironizou: "EXTRA! O Ministro Venezuelano
responsável por supervisionar as eleições, Benito González, afirma 'Misión dada
es misión cumplida' para o presidente do órgão eleitoral Venezuelano, Alejandro
de los Morales, em posse de Maduro para novo mandato. Coisa de democracia
inabalada!"
A gente ri para não chorar. Adriano Tomasoni foi na
mesma linha: "É inacreditável como a cada dia que passa o discurso do
ditador Nicolás Maduro se assemelha com discursos de alguns ministros da
suprema corte. E não venham com malabarismo… a única diferença é o
espanhol". Não dá para negar. Até a quantidade de presos - cerca de 1200 -
e o tempo de prisão prometido a eles - de 15 a 20 anos - parecem copiados
diretamente da experiência da suprema corte brasileira.
Mas Maduro faz o que faz para "salvar a
democracia", não é mesmo? E a ditadura dos aiatolás iranianos ainda
completa o teatro farsesco condenando a "interferência estrangeira"
na Venezuela. Seria cômico se não fosse tão trágico. E pensar que o governo
Lulista está ao lado dessa corja de um dos regimes mais nefastos do mundo. Ele
mergulhou o Brasil de vez no eixo do mal, enquanto cínicos esquerdistas alegam
que Maduro é de... direita!
O mundo todo democrático condena a farsa eleitoral na
Venezuela e declara a oposição vencedora no pleito. Mas o nosso Itamaraty vê
‘erro’ em carta da oposição sobre proclamar González presidente. A chancelaria
brasileira avalia que comunicado de candidato e líder oposicionista dificulta
saída negociada para a crise no país vizinho. Saída negociada? Diálogos?
Conversa de bar com cerveja, aquela que ia acabar com a guerra da Rússia contra
a Ucrânia?
Muita gente temia que o Brasil virasse a Venezuela, e
hoje vemos que a Venezuela adotou traços claros do nosso modelo
Até as pedras sabem que Maduro perdeu e, até as mesmas
pedras, sabem que Lula vai sempre apoiar seu companheiro socialista, que não
virou ditador agora, vale lembrar. O envio de Celso Amorim já era prova cabal
disso: o assessor é ligado umbilicalmente a Maduro, ao Foro de SP, e não
poderia haver um "árbitro" mais parcial. Bem, talvez Alexandre de
Moraes nas eleições brasileiras.
Enquanto isso, o Estadão escreve um editorial em que
diz que quem é democrata não se junta a Bolsonaro, criticando Ricardo Nunes
pela aliança em SP. O Estadão é a "virgem de bordel", como disse
Flávio Gordon. Finge uma pureza democrática, afetando superioridade moral e
ignorando que, na prática, aliou-se indiretamente ao maior bajulador de
ditadores do planeta. Fez isso para "salvar a democracia", como
tantos tucanos. Bolsonaro é "golpista"; Lula é... democrata!
Cada democracia é diferente, tem sua própria dinâmica,
seu estilo. Mas as "democracias relativas" são todas iguais: apelam
para as mesmas táticas para matar a verdadeira democracia. Sempre fazem isso
sob o pretexto de salvá-la, pois tiranos são invariavelmente hipócritas,
sonsos. Muita gente temia que o Brasil virasse a Venezuela, e hoje vemos que a
Venezuela adotou traços claros do nosso modelo. Quem inveja quem?
Como um irônico desfecho, George Orwell fecha "A
revolução dos bichos" num tom de decepção com os
"revolucionários". Os porcos aparecem andando sobre duas patas,
contrariando um dos mandamentos do início da Revolução, onde “quatro patas bom,
duas patas ruim”. E, finalmente, os porcos unem-se definitivamente aos
humanos, bebendo uísque, rindo juntos, a ponto de se tornarem indistinguíveis.
Assim são todos os "salvadores democratas".