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Não faço acordo com a censura

Não faço acordo com a censura

Em mais um capítulo vergonhoso na nossa “República Tupiniquim Brasileira”, a censura avança. Meu discurso na sede da ONU em 2023 segue incomodando os censuradores que dizem defender a democracia. O desdobramento de um pedido de investigação pedido por Lula por eu ter o chamado de ladrão rendeu a seguinte proposta por mim rejeitada: multa de R$10 mil e exclusão do trecho em que menciono o petista. Minha resposta? Não há acordo com a censura.

Para além de uma questão, devido a diversos episódios anteriores, quando aliados do próprio Lula proferiram palavras piores do que as minhas e nada aconteceu, o pedido de investigação em si já foi desnecessário considerando que não há o que investigar. Eu fiz o discurso e postei nas minhas redes sociais para o público. 

Seguindo a Constituição Brasileira, muito citada, mas pouco respeitada por quem deveria guardá-la, o artigo 53 da CF continua lá, enfatizando que “Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”. A prática infelizmente não acompanha a teoria tendo em vista que a minha declaração ocorreu durante o exercício da minha função parlamentar, portanto sem ter o que sequer discutir.

Uma denúncia como essa ter seguimento é grave não só por ser um desrespeito à Constituição, mas por relativizar a função de um deputado

Fui eleito como o mais votado do Brasil, mas nem mesmo aquele que tem uma cadeira com o menor número de votos deve ser tolhido de seu direito de representar aqueles que o elegeram.

Para mostrar como a hipocrisia esquerdista funciona com um exemplo bem recente, o deputado Glauber Braga (PSOL) - que retirou um visitante a chutes da Câmara dos Deputados em abril deste ano - esteve na última quarta, 28, na sessão do Conselho Ética que atende a uma representação da oposição pedindo a cassação do seu mandato por “violação às normas de decoro que exigem respeito e decoro nas interações”. Esta é a segunda representação que Glauber responde em 2024 e a quinta dos últimos seis anos.

Durante seu discurso, o psolista chamou o atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, de bandido, e quando foi interrompido questionou se a verdade não pode mais ser falada, sendo defendido por sua colega de partido que ousou falar em liberdade de expressão. Onde estão os parlamentares e o PSOL se posicionando contra o pedido de investigação de Lula contra mim por eu ter o chamado de ladrão? Com eles é sempre um peso e duas medidas.

Repito o que disse em uma audiência com a participação do ministro Paulo Pimenta na CCJ da Câmara há pouco mais de dois meses: a minha democracia permite as mentiras da esquerda, a deles impede que as minhas verdades sejam ditas.

Finalizo com a frase de George Washington, um dos pais fundadores e primeiro presidente dos Estados Unidos: “Quando a liberdade de expressão nos é tirada, logo poderemos ser levados, como ovelhas, mudos e silenciosos, para o abate”.  Não me curvarei perante os censuradores.


Nikolas Ferreira – Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados – Gazeta do Povo




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