"A hipocrisia é a homenagem que o vício presta à
virtude", disse La Rochefoucauld. A esquerda é hipócrita no mundo todo, e
em nenhuma época isso fica mais evidente do que no período eleitoral. É
impressionante como os esquerdistas "mudam" nessa fase, adotando
discursos que antes abominavam. Não se vê a mesma coisa do lado direito, e isso
diz muito sobre as bandeiras e os valores de cada um.
Guilherme Bolos, por exemplo, sempre foi um comunista
ateu invasor de propriedades. Eis que, na disputa eleitoral, aparece quase como
um pastor evangélico em culto, e ainda prega mais armas para a Guarda Municipal
e rejeita a legalização das drogas. A velha imprensa, tomada por esquerdistas
radicais, entra no jogo e pinta o comunista como alguém moderado, normalizando
os crimes do seu MTST.
O fenômeno se repete em toda eleição e por todo canto.
Manuela D'Ávila e Fernando Haddad também eram vistos em igrejas, que eles
certamente ficam quatro anos sem colocar o pé depois. Vale tudo para ganhar
votos. É puro marketing, um teatro, uma farsa, mas que revela aquilo que os
socialistas sabem no fundo: os valores do eleitor, do povo, diferem muito dos
seus próprios.
Às vezes escapa um ato falho e a turma radical é pega
cantando o hino com "linguagem neutra", ou seja, agredindo a língua
Portuguesa e a ciência da biologia, para meter um "todes" e um
"filhes" no meio da canção. A repercussão é muito negativa e a
campanha comunista vai lá e apaga o conteúdo, não por arrependimento do ato em
si, mas por ter dado bandeira e revelado a essência ao público.
Vale tudo para ganhar votos. É puro marketing, um
teatro, uma farsa: Nos Estados Unidos acontece a mesma coisa. Kamala
Harris é das mais radicais dentro do Partido Democrata. Mas a velha imprensa
criou uma nova personagem, e Harris se escondeu no porão sem uma só entrevista
para não cair em contradição. Agora Kamala defende até a conclusão do muro de
Trump na fronteira! Ela, chamada de "czar da fronteira" no governo
que mais permitiu a entrada de ilegais, promete que será dura com imigrantes
ilegais e vai resolver a questão - como se nada tivesse a ver com ela.
As bandeiras de Kamala Harris até ontem eram
fronteiras abertas, saúde socialista para todos, proibição de explorar petróleo
por fracking no país, rejeitar maior policiamento etc. Num passe de mágica ela
reverteu todas essas pautas, sem mais nem menos, e a mídia finge que está tudo
normal. Para derrotar Trump vale tudo, vale mentir, vale fingir... que é o
Trump!
Lá se vão quase 40 dias desde que ela foi apontada
pela cúpula democrata a substituta de Biden na corrida, sem um só voto popular,
e ninguém da imprensa faz uma só pergunta difícil sobre isso tudo. A esquerda
pode se dar ao luxo de ser hipócrita, pois os jornalistas também são de
esquerda e também são hipócritas. É o "milagre" eleitoral: somente na
hora de buscar votos os esquerdistas se "convertem" e adotam pautas
mais conservadoras. No fundo eles sabem o que presta e o que o povo quer...