Uma tragédia anunciada. A situação que acompanhamos
hoje na Venezuela, principalmente por meio das redes sociais, é de cortar o
coração. Infelizmente, porém, previsível. O ditador Nicolás Maduro, claramente
derrotado nas eleições do último domingo, quer a todo custo permanecer no
poder. Havia ameaçado, dias antes, que um banho de sangue seria derramado sobre
o país se ele perdesse as eleições. O tirano está cumprindo com sua palavra.
A demora para a divulgação dos supostos resultados da
eleição, apenas apresentados na primeira hora da madrugada, já era um péssimo
presságio. Os boletins de urna que circulavam nas redes davam ampla vantagem
para o candidato da oposição, Edmundo Gonzalez - que só disputou as eleições
presidenciais, aliás, após a ilegal inabilitação pelo regime da verdadeira
líder María Corina Machado. O tribunal eleitoral garantiu que Maduro, mais uma
vez, havia ganhado, outorgando-lhe mais 6 anos de desmandos. O povo não aceitou.
A revolta social que se verifica na Venezuela é típica de países em que um modelo de opressão chegou ao seu fim. Nicolás Maduro, porém, também deve se agarrar ao poder até o seu próprio fim. Como chegou-se a esse ponto? A revolta social que se verifica na Venezuela é típica de países em que um modelo de opressão chegou ao seu fim
É inquestionável a participação de outros regimes
autoritários e líderes ditatoriais na consolidação do chavismo na Venezuela. O
Brasil de Lula e do PT, infelizmente, está à frente desde o início deste
processo. O Foro de S. Paulo, fundado por Lula e Fidel Castro, organiza a
esquerda na América Latina desde o início dos anos 1990 e tem sido o grande
pilar de sustentação de um regime que já causou o êxodo de um quarto da própria
população.
O reconhecimento por ditaduras como a chinesa e a
russa da vitória de Maduro nessas eleições claramente fraudadas, demonstram o
apoio que extrapola a nossa região. O duelo cada vez mais claro entre nações
livres ocidentais, com democracias consolidadas, versus autocracias cada vez
mais fechadas e violentas, percebe-se também no contexto venezuelano. E o
Brasil sob Lula e Celso Amorim optou por um caminho que jamais lhe caberia: o
da omissão e do silêncio que, na prática, dá tempo ao tirano e o favorece.
O Brasil como país segue silente sobre as eleições
enquanto Lula declara que na Venezuela a jornada eleitoral ocorreu “em paz”,
mesmo com as inquestionáveis imagens de violência durante todo o domingo; e que
nada de anormal aconteceu. A postura é evidente: trata-se do comportamento de
quem não só é conivente, como é um dos responsáveis pela tragédia que se abate
já há décadas cobre a Venezuela.
O Tribunal Superior Eleitoral chegou a censurar a
Gazeta do Povo e outros meios de comunicação durante a última campanha
eleitoral por noticiarem a amizade de Lula com ditadores. Os meios de
comunicação que foram silenciados estariam “difamando” o candidato que havia
sido descondenado por ministros do STF, que na época também integravam o TSE.
Salta aos olhos mais uma vez quem de fato difamou o processo eleitoral
brasileiro, sonegando ao brasileiro a verdade: o PT e Lula sempre foram
cúmplices dos ditadores Hugo Chavez e Nicolás Maduro.