O dólar está batendo R$ 6. Um número
impensável até pouco tempo atrás, recorde histórico. Recuou um pouquinho no fim
do dia, mas está ali pertinho. E por quê? Porque o mercado não acreditou nas
medidas anunciadas pelo ministro da Fazenda. Com mais impostos e sem corte de
gastos do governo, a dívida vai subir mais ainda. Daqui a pouco o Brasil vai
dever o PIB inteiro. Já vendemos uma mina de urânio para a China, e isso que
temos tântalo, nióbio, 100 anos de reservas lá no meio da Amazônia.
O que fazem os países que querem se
desenvolver para dar bem-estar ao povo? Lá, eles atraem riquezas, atraem os
ricos. Aqui, punimos os ricos, que dão emprego, que produzem, que investem, que
criam empresas. Lá, diminuem os impostos, porque a economia gira mais e os
governos acabam arrecadando mais. Aqui, aumentamos os impostos até chegar ao
alto da curva de Laffer, quando as pessoas ficam desesperadas e começam a
sonegar, ou a trabalhar menos e vender menos, para pagar menos impostos. Lá,
profissionalizam a população com excelente ensino. Aqui, não temos isso. Lá,
desburocratizam para facilitar o empreendedorismo, desestatizam para fortalecer
a iniciativa privada, que segue em frente sozinha. Aqui, fazemos tudo ao
contrário. O serviço público fica péssimo. O Estado existe para prestar bons
serviços públicos: saúde, ensino, justiça, segurança. Deveriam funcionar bem,
pelo tanto de imposto que pagamos.
Promessa de isenção de IR não vai se
tornar realidade tão cedo: Como parte do pacote “dólar a R$ 6”, anunciaram
que vão taxar mais quem ganha acima de R$ 50 mil. Dizem que são “ricos”, porque
“classe média” para eles é quem ganha até R$ 5 mil. Sem ofender ninguém, mas
quem ganha até R$ 5 mil é classe pobre; classe média é quem recebe R$ 8 mil, R$
10 mil, R$ 12 mil, R$ 15 mil, R$ 20 mil, R$ 25 mil, isso é classe média.
Inventam padrões para a pessoa se sentir melhor, para dizer “você está se
queixando de que a comida está cara, que não comeu picanha até agora, mas você
é classe média”. E vão isentar de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil. Mas
é só a partir de 2026, e dependendo de aprovação do Congresso; por enquanto,
quem ganha de R$ 2,5 mil até R$ 5 mil ainda vai pagar IR, fora todos os
impostos que paga em tudo que compra.
Enquanto isso, a farra dos ministérios
continua: E tem mais. Pensei que Lula iria se arrepender de criar mais
ministérios, tinha 22, agora tem 37, Imaginei que ele fosse cancelar esses 15
ministérios que não existiam no tempo de Bolsonaro, e dos quais nunca sentimos
falta; nem sabemos quem são esses ministros, o que eles estão fazendo. E cada
ministro tem um chefe de gabinete, um secretário-geral, não sei mais quantas
secretarias, assistentes, uma folha de pagamento inchada. Não é funcionário de
carreira, é pessoal para trazer voto, comissionado, CLT, nem sei se a nomeação
sai em Diário Oficial, está tudo inchado, e aí não sobra para investir. Pensei
que Lula fosse cancelar isso tudo, mas não.
Se asfaltarem o acesso à ponte, acaba a
mina de ouro das balsas : Falei ontem da ponte sobre o Rio Araguaia, entre
Xambioá (PA) e São Geraldo do Araguaia (TO). Contei que Bolsonaro inaugurou a
ponte, faltando só falta a cabeceira, o acesso à ponte, mas o governo Lula, em
vez de completar o acesso, está asfaltando o acesso às balsas. Eu disse que
passam 1,5 mil veículos diariamente por essas balsas, e um caminhoneiro me
disse que pagou R$ 369 para atravessar com seu caminhão. Fiz uma conta ligeira
e concluí que, por dia, as balsas faturam meio milhão de reais. Será que é por
isso que estão asfaltando o acesso às balsas em vez do acesso à ponte?