A representante do Distrito Federal afirmou que
policiais militares estão desestimulados, durante reunião com Lula. E cobrou
mais participação de secretários de Segurança em projeto do governo federal
A governadora em exercício do DF, Celina Leão, foi uma
voz contundente na reunião de governadores com o presidente Lula ontem para
tratar do combate ao crime organizado. O governo federal planeja promover
alterações na segurança pública por meio de uma proposta da emenda à
Constituição (PEC), que será enviada para análise do Congresso. “Essa PEC é
subjetiva e a realidade das dificuldades da segurança pública é bem objetiva.
Essa PEC não resolve nada”, comentou Celina com a coluna , após a reunião.
Na sua fala oficial, na reunião, ela defendeu mais
prazo para os governadores analisarem a PEC. “A medida mais importante a se
tomar não seria encaminhar de imediato esse projeto para a Câmara. Então,
talvez um prazo, que seja de 10/15 dias, para o Fórum de governadores mandar
uma resposta única deles, ou do Conselho de Secretários de Seguranças para
aprimorar isso.”
A governadora foi enfática ao apontar que a população
está descrente na atuação do Estado na segurança pública. “Ninguém aguenta mais
viver numa sociedade que o bandido tem privilégios o tempo todo e homem de bem
fica nas ruas. E talvez não tenha ninguém mais desestimulado do que os nossos
policiais militares.”
Assassinato no restaurante comunitário: A
representante do DF, a ao questionar a legislação, que segundo ela beneficia
criminosos, lembrou de um assassinato na capital federal . “Um cidadão que
havia sido preso 20 vezes. Na 21ª, ele matou uma mulher dentro do restaurante
comunitário. Então, algo precisa de ser feito, e aí eu acho que existem algumas
legislações que precisam ser visitadas efetivamente.”
“Se fala em contratar mais policiais. Mas não adianta
continuar contratando e continuar soltando os bandidos. “
A lei da audiência de custódia é de um pacto
internacional que a governadora sugeriu rever. “Será que o país vai continuar
ainda signatário do Pacto de São José ?Será que a gente pode pegar aquilo que é
positivo do pacto e retirar aquilo que deixa os nossos policiais sem estímulo
para sair de casa para prender bandido?”
Também manifestou a restrição de abordagens policiais
determinada pelo Supremo a moradores de rua. “Para o governo é
difícil tirar o morador de rua, que muitas vezes usa aquele ponto de
estadia como local de tráfico de droga. Eu sou impedida hoje pelo Supremo. Mas
ao mesmo tempo sou cobrada pela população que paga impostos aqui no DF.”