O golpe já foi dado. Não houve
“tentativa de planejamento”; houve planejamento e ação, na
caradura. Tivemos leis rasgadas, ou inventadas, ou interpretadas. Tivemos
sistema jurídico desprezado, reviravoltas absurdas, capazes de chutar todas as
instâncias. Era um “problema de CEP”... Não houve “possivelmente”...
Tornaram possível o que seria impossível num país sério.
Tornaram “provas” mensagens obtidas
ilegalmente que nunca foram periciadas. Um juiz de primeira instância foi
crucificado, como se apenas ele tivesse botado na cadeia, por ambição política,
um condenado por corrupção e lavagem de dinheiro. Sua substituta também decidiu
pela condenação, assim como os três desembargadores da segunda instância.
Em 2026, está claro, os golpistas de
verdade não permitirão a participação nas eleições daqueles que cogitem
enfrentar a trama terrível que tomou conta do Brasil
Na terceira instância, outra decisão
unânime: os quatro ministros confirmaram a condenação do réu, que acabou preso.
Pedidos de habeas corpus em seu favor chegaram à última instância e,
um a um, foram negados. Até que o golpe começou a ser implementado... Então,
decidiram, sem apelação, que todas as condenações deveriam ser anuladas. Um
ministro do Supremo ficou tão emocionado com isso que chorou...
Aquele que estava preso foi liberado
para concorrer à Presidência da República. E ele precisava vencer a eleição.
Uma dobradinha bem planejada entre o STF e o TSE entrou em cena. A campanha foi
absolutamente desequilibrada. Ao descondenado, toda a ajuda. Ao seu
concorrente, todas as dificuldades, a censura implementada impiedosamente, como
se fosse garantia constitucional, desde que usada contra alguém específico,
contra um grupo determinado.
Aquele que estava na cadeia levou a
eleição. Mais uma etapa do plano concluída com sucesso: “missão dada, missão
cumprida”. E o próximo passo seria continuar garantindo que não houvesse
oposição, com o vale-tudo instituído. Os inquéritos ilegais intermináveis não
surgiram à toa, servem para estabelecer o terror, o medo, para levar ao
silêncio, ao exílio ou à prisão de forma absolutamente injusta qualquer um que
ouse reagir ao golpe. E, nessa onda brutal, foi arrastado também o principal
adversário do descondenado reconduzido à Presidência: está inelegível até 2030.
Em 2026, está claro, os golpistas de
verdade não permitirão a participação nas eleições daqueles que cogitem
enfrentar a trama terrível que tomou conta do Brasil. Com o apoio dos artistas
beneficiados por fartas verbas dos pagadores de impostos, da imprensa igualmente
mercantilista... E, assim, todos os que mantêm o senso crítico, o compromisso
com as leis e com a verdade podem ser chamados de reacionários. Estão reagindo
ao golpe, com muito orgulho e amor pelo país.