A resposta automática do STF a cada
crítica que recebe, dessas que já estão prontas e dizem sempre a mesma coisa, é
que só condenam o tribunal os que não gostam das suas decisões – e só não gostam
porque perdem. É a doutrina jurídica do “perdeu mané”, contribuição maior do
ministro Barroso à ciência do Direito Universal. De acordo com os seus
preceitos, a discordância em relação à conduta do STF é apenas uma questão de
ignorância leiga diante dos mandamentos e práticas de natureza jurídica. É,
também, o resultado da frustração natural do idiota que esperava uma coisa da
Justiça e obteve outra.
O STF brasileiro, na sua atual
composição e no seu atual papel de sócio do governo Lula para o que der e vier,
vem acumulando há seis anos o maior acervo de decisões estúpidas já tomadas por
um tribunal de Justiça em qualquer lugar do mundo. Portanto é ele,
objetivamente, o responsável pelas críticas que recebe – e não o público
pagante. As críticas (que os ministros chamam de “ataques”) se devem unicamente
ao seu comportamento irracional, ilegal e frequentemente imoral, e não ao
desagrado diante das sentenças. O problema não está nas suas crenças,
convicções ou ideias. Está nos seus atos.
Quais os heróis que o STF e o governo
Lula têm para o seu Dia 8 de Janeiro? Os ministros que condenam brasileiros
pobres, sem importância nenhuma e absolutamente inofensivos a 17 anos de prisão
– por tomarem parte numa baderna ou estarem perto dela?
A última contribuição do STF ao acervo
cada vez maior de aberrações que vem amontoando em seu museu de cera é a
tentativa de transformar o “Dia 8 de Janeiro” numa espécie de nova Data
Nacional – algo como o “Dia da Defesa da Democracia”, ou coisa assim. Não há rigorosamente
nada, por qualquer critério lógico, a comemorar em relação ao que aconteceu no
dia 8 de janeiro de 2023. É exatamente o contrário, no mundo das realidades:
esse foi um dia de infâmia para o consórcio Lula-STF. Um quebra-quebra
desconjuntado em Brasília, em que as armas mais agressivas eram bolas de gude e
estilingues, foi usado por ambos para inventar um “golpe armado” que nunca
existiu, e que desde então tem servido como pretexto para governarem o país sob
um estado de exceção que já dura dois anos.
O dia 8 de janeiro é o momento mais vil
na história do regime Lula-STF. Uma ex-ministra do tribunal, num momento de
delírio aplaudido por todo o plenário, proclamou que tinha acontecido ali um
novo “Pearl Harbour” – o ataque do Japão aos Estados Unidos que deixou 2.400
mortos e levou os dois países a uma guerra que só acabaria com a explosão de
uma bomba atômica. No “golpe” do consórcio Lula-STF não foi preciso tratar
ninguém com um único band-aid.
As tropas inimigas que o tribunal, o
Exército Brasileiro e os ministros Barroso, Flávio Dino e Alexandre de Moraes
enfrentaram com estupendos atos de heroísmo são o que se sabe: um aglomerado de
motoboys, operários, pequenos comerciantes, cabeleireiras, barbeiros, um
vendedor de algodão-doce, um morador de rua, um autista. É um episódio
miserável.
Momentos de heroísmo, no mínimo, exigem
heróis. Quais os heróis que o STF e o governo Lula têm para o seu “Dia 8 de
Janeiro?” O governador de Brasília, cuja polícia dispersou a arruaça, mas foi
deposto na primeira onda de cólera do STF? Os oficiais do Exército que mentiram
para as pessoas postadas em frente aos quartéis – prometendo levá-las para
“lugar seguro”, e entregando todo mundo à polícia? Os ministros que condenam
brasileiros pobres, sem importância nenhuma e absolutamente inofensivos a 17
anos de prisão – por tomarem parte numa baderna, ou estarem perto dela? O dia 8
de janeiro de 2023, e tudo o que derivou dali, é uma vergonha nacional
construída pelo consórcio STF-Lula. Teriam de esconder o que fizeram. Mas dizem
que estão morrendo de orgulho.