Uma das partes que o público mais
esperava, nas comédias do Gordo e o Magro, era a hora em que os dois armavam
algum plano absolutamente estúpido, iam em frente e, depois, ficavam chocados
com o fato de que não tinha dado certo. É um retrato do Brasil de hoje neste
terceiro ano de governo Lula. O presidente, seus ministros, seus aspones e até
a sua mulher fizeram, desde o primeiro dia, coisas que nem o Gordo e o Magro
aprovariam.
Nunca se viu, na história da República,
um concentrado igual de incompetência, velhacaria e cretinice em estado bruto,
24 horas por dia, fora a roubalheira – estão roubando até marmita. Está na cara
que só pode dar mesmo num desastre com perda total. Mas quando vem o desastre,
todo mundo se espanta: Santo Deus de Misericórdia, o que está acontecendo com o
Brasil?
Está acontecendo o que tinha de
acontecer, só isso – aliás, da forma que muita gente vem dizendo desde o
primeiro dia, como a Gazeta do Povo e uns poucos outros. Se você esquenta uma
chaleira no fogo, a água vai ferver quando chegar aos 100 graus; não há nenhuma
outra possibilidade. O governo Lula está assando a batata dele antes mesmo de
assumir, quando montou a sua patética “equipe de transição”, com mais de 1000
pessoas, para “preparar” a administração. (Na área do “combate à fome”, para se
ter uma ideia, colocaram uma chefe de cozinha.) Desde então, só tiveram ideias
péssimas, ou não tiveram ideia nenhuma, e só tomaram decisões erradas. A água
ferveu.
É um retrato do Brasil de hoje neste
terceiro ano de governo Lula. O presidente, seus ministros, seus aspones e até
a sua mulher fizeram, desde o primeiro dia, coisas que nem o Gordo e o Magro
aprovariam.
O presidente, mal tinha posto o pé no
palácio, saiu viajando freneticamente para mostrar o mundo à mulher nova – uma
coisa ridícula, ofensiva e estupidamente cara. Não consegue manter de pé uma
ponte sobre o Rio Tocantins, mas se mete a falar no “genocídio dos palestinos”,
dá palpites que ninguém ouve e quer o fim do dólar como moeda mundial de troca.
Com o Rio Grande do Sul devastado pelas enchentes, a única coisa que lhe passou
pela cabeça foi fazer marketing. Tentou organizar um leilão inútil e demagógico
para importar arroz e distribuir “ao povo” a preço “justo”. Não conseguiram,
sequer, fazer o primeiro pregão – descobriu-se que já tinha gente querendo
roubar.
Num país chocado pelo disparo dos
assassinatos para roubo de celular, Lula continua sustentando que acha
“inadmissível” a punição de “jovens” que matam porque querem tomar uma
“cervejinha” com o fruto dos homicídios que cometeram. Seu governo persegue
fanaticamente as polícias estaduais (salvo as dos estados governador pelo PT),
a quem acusam de “massacrar” criminosos que no seu entender não são criminosos,
e sim “vítimas da sociedade”.
Inventa um falso “pleno emprego”, ao
contar como “empregados” os 54 milhões que recebem o Bolsa Família. Os juros
caminham para 15% ao ano. A inflação está roncando nas prateleiras dos
supermercados. Sua mulher se exibe com dancinhas, palhaçadas e shows que torram
dezenas de milhões em dinheiro público; acha que assim está ajudando a “imagem
do governo”.
O governo Lula tem uma causa só –
combater a anistia. O presidente da República, impaciente, diz que não haveria
inflação se o brasileiro não fosse irresponsável e insistisse em comprar coisas
caras. O governo socou impostos em cima das compras de até 50 dólares na
internet, voltou a cobrar Imposto Sindical, que estava morto, e fez do real uma
das moedas que mais se desvalorizou no mundo em 2024. Meteu-se numa horrenda
tentativa de “fiscalizar” o Pix. O ministro da Fazenda diz que “desacreditar”
medidas do governo “é crime”. Lula diz que está comendo ovos de pata, de jabuti
e de ema – e acha que o povo deve fazer como ele. Não há vestígio de uma coisa
útil, uma só, que o seu governo tenha feito.
Daí vem as pesquisas de opinião e dizem
– até elas – que a popularidade de Lula está indo cada vez mais rápido para o
diabo, e o que acontece? Os analistas políticos, que em mais de dois anos
inteiros vem se recusando terminantemente a admitir que o governo Lula é um
filme catástrofe, pelo descrito acima e muito mais, entram em transe para dar
explicações e falar sobre “cenários”. Vão falar tudo, menos que os direitos
autorais do desastre são de Lula, de ponta a ponta. Lula não erra. Só comete
“deslizes”, ou “equívocos”, ou “leituras incorretas” e o resto dessa idiotice
toda. O resultado está aí.