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Acorda, Branca de Neve ‘woke’!

Acorda, Branca de Neve ‘woke’!

O fracasso de bilheteria de “Branca de Neve”, novo lançamento da Disney, parece ser mais um aviso à humanidade: inventar éticas a granel como pretexto para perseguir os outros não pode dar certo. Ou, em outras palavras: a farsa “woke” já deu.

A releitura do clássico de 1937 veio com uma série de artifícios politicamente corretos. Dentre as proposições “revolucionárias”, chegou-se ao ponto de emendar o roteiro com uma nova explicação da protagonista para o seu nome: Branca de Neve se deveria ao fato de que ela nasceu num dia em que caía uma neve muito branca. Os gênios woke fingem que acreditam que isso é combate ao racismo.

Foi escolhida para o papel-título uma atriz de origem latina - a americana Rachel Zegler, descendente de colombianos - bastante ativa naquela “militância” que domina Hollywood. Na verdade, até prova em contrário, o velho proselitismo dito “progressista” que tanta mídia rende aos seus propagadores. 

O produtor do filme chegou a viajar a Nova York para discutir com Rachel seu “ativismo” pró-palestina durante a campanha de divulgação do filme. Aquele ativismo que não dá uma palavra sobre as atrocidades do Hamas. 

Será que os produtores do filme têm direito de se queixar do leite derramado? (Ou do café derramado, para equilibrar a abordagem). Numa das declarações da atriz que circularam pela mídia, ela diz que sua Branca de Neve “não será salva pelo príncipe. Ela não vai ficar sonhando com o amor verdadeiro. Ela está sonhando se tornar a líder que sabe que pode ser”. Talvez tenha faltado alguém para explicar a diferença entre dramaturgia e panfletagem. 

A mais sensata reação a essa aventura demagógica foi também a mais singela. Veio de Sandra Hand, nora do autor da animação original do clássico de 1937, David Hand. “Estão pegando uma história linda, e lindamente desenhada, e destruindo o que era a ‘Branca de Neve’. Por que eles não simplesmente deixam isso em paz e inventam uma história diferente? Por que não criam um personagem totalmente diferente?”.

Nos dias de hoje, o bom senso e a simplicidade quase chocam, de tão raros. Mas aí está a pergunta óbvia que nenhum devoto dessa estranha indústria woke responde: se querem investir em histórias com características e valores diferentes, por que não criam as suas próprias? Por que vêm com seu pincel medíocre retocar, “corrigir”, enfim, borrar o que já existe?

Todos os que sabem o que é esse feirão demagógico mundial conhecem a resposta correta. Eles não criam suas próprias histórias porque querem “causar”. Ou “lacrar”, ou qualquer um desses termos patéticos que designam a espetacularização da virtude inexistente.

“Tem que apontar o dedo para alguém. Tem que vandalizar um símbolo famoso. Tem que investir no inimigo perfeito. Tem que recriminar e dedurar, para poder perseguir”

O príncipe deu seu beijo redentor na cultura woke. Acordem, que já é tarde.


Guilherme Fiuza - Foto: Divulgação/Walt Disney Studios Motion Pictures – Gazeta do Povo




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