Enfrentando um processo de cassação por
expulsar uma pessoa a chutes da Câmara dos Deputados, o deputado federal
Glauber Braga (PSOL) anunciou que faria uma greve de fome até a decisão final
sobre a manutenção - ou não - do seu mandato. Hoje, o psolista se diz
perseguido e injustiçado, mas o que será que ele fez no verão passado?
Assim como toda a esquerda, Glauber foi
mais um a pedir e comemorar a cassação de diversos parlamentares de direita,
inclusive eu. Um dia após o meu discurso em defesa das mulheres, no dia 8 de
março de 2023, Glauber Braga fez uma postagem em sua conta no X pedindo que eu
sofresse punições simplesmente por exercer o meu direito de falar. ''Que seja
devidamente responsabilizado e que a turma do ''deixa disso'' não prevaleça. É
sem passada de pano'', afirmou o psolista. Nada como um dia após o outro.
Não para por aí. Fazendo uma pesquisa
rápida no perfil do companheiro de Sâmia Bomfim, é possível ver pedidos de
cassação dele e de seu partido, desde Eduardo Cunha em 2016, passando pelos
filhos de Jair Bolsonaro em 2019 e 2020, até chegar no próprio Jair em
2021.
Na lista também há a deputada Carla
Zambelli, a senadora Damares Alves, a comemoração da cassação de Deltan
Dallagnol e por aí vai.
"Pelo histórico, nem parece que o
mesmo que fez tudo isso hoje se vitimiza para não perder o seu mandato"
Em uma entrevista recente, reafirmei
que, diferente da esquerda, jamais pedirei a cassação de algum parlamentar,
seja ele de direita, esquerda ou centro, por suas palavras enquanto político.
Os progressistas, que agora pedem
proporcionalidade na punição de um aliado que agrediu uma pessoa, são os mesmos
que se calaram quando o vice-presidente do PT, Washington Quaquá, agrediu um
opositor e depois se dirigiu a mim com xingamentos homofóbicos.
Não condenaram um aliado que confessou
ter feito ''rachadinha'' e que agora está sendo acusado pela ex-namorada de
chantagem com fotos íntimas. Se, por muito menos, qualquer um de direita já é
perseguido, imagina se algo parecido acontecesse do lado de cá?
Glauber está em uma situação melhor do
que a população dos regimes ditatoriais que ele e seu partido defendem.
Acampado de forma improvisada na Câmara dos Deputados, sob a refrigeração de ar
condicionado, e com médico e enfermeiro disponíveis para acompanhar sua
saúde.
Uma coisa não podemos negar, pelo menos
há uma certa coerência em greve de fome de esquerdista. Passar fome representa
muito bem o socialismo que eles defendem.